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Que tal comprar de pequenos produtores e cooperativas nestes tempos de coronavírus?

Há duas semanas escrevi aqui no Conexão Planeta sobre uma rodada de financiamento coletivo para negócios de impacto amazônicos promovida pela Sitawi Finanças do Bem e pelo Instituto Sabin. A iniciativa, em si, já era uma notícia muito boa, mas o que aconteceu logo após o lançamento foi ainda melhor: em 24 horas após a plataforma de microcrédito entrar no ar, investidores se comprometeram a emprestar R$ 3,2 milhões para ajudar pequenos negócios na Amazônia.

A proposta era promover empréstimos com retorno mensal de 1% aos investidores e juros muito mais atrativos, mais baixos, do que os empreendedores conseguiriam em qualquer banco. Uma excelente oportunidade, para quem tinha algum dinheiro guardado, investir em negócios com propósito!

Na semana passada, trouxe uma boa notícia para a economia solidária no Rio de Janeiro, mas destaquei também que o isolamento necessário nesse momento de pandemia do coronavírus traz, obviamente, transtornos para essa economia que se movimenta, em grande parte, por meio de feiras e centros comerciais, a partir do contato com as pessoas.

No caso dos negócios de impacto, em especial os amazônicos, o contato com os grupos produtivos – comunidades que fornecem insumos dos mais diversos tipos para produção de alimentos, calçados, chocolates, acessórios, enfim – também sofre com este cenário.

Desaceleração econômica

E se muitos dos itens sobre os quais eu já escrevi aqui, frutos dessas relações – sandálias de borracha, café, chocolates, acessórios, arte indígena -, podem parecer pouco importantes frente à necessidade de sobrevivência que essa pandemia coloca, é preciso pensar nas cadeias produtivas por trás deles. Em novos modelos de desenvolvimento mais virtuosos para a Amazônia que já estão em curso.

É preciso pensar nas pessoas que podem ter renda e qualidade de vida comprometidas por essa desaceleração econômica. Também nas comunidades que encontraram modos de produzir sustentáveis – capazes de manter a floresta Amazônica em pé e ainda garantir seu sustento – e que são também impactadas. Extrativistas, comunidades ribeirinhas e indígenas, pequenos produtores. E, além disso, os negócios de impacto amazônicos em grande parte estão em fase inicial de desenvolvimento, no máximo iniciando sua escalada.

Quebradas, periferias e renda básica

Agora, estamos todos em compasso de espera e alerta. Mas precisamos encontrar maneiras de ajudar as pessoas a passarem por essa desaceleração.

Assim como podemos ajudar quebradas e periferias, onde o estado raramente chega, participando de financiamentos coletivos promovidos por organizações da sociedade civil como a Uneafro Brasil – que busca apoiar comunidades em São Paulo e no Rio de Janeiro – e tantas outras de que temos notícia.

Ou ainda pressionando o governo pelo estabelecimento de uma renda básica emergencial. Se você é privilegiado ou privilegiada ao ponto de trabalhar em casa e ter recursos para passar por esse isolamento com tranquilidade, bora pensar em quem não tem.

Com empatia, fica mais fácil

Compre de pequenos produtores agrícolas (por meio das cestas de orgânicos delivery, por exemplo), sustente o comércio local (saídas rápidas para comprar itens essenciais), libere a companheira ou o companheiro que te auxiliam na limpeza da casa e no preparo da comida para o isolamento, mas mantenha sua remuneração.

Compre online produtos de negócios de impacto. Pense em toda a cadeia produtiva que você está ajudando a sustentar só com essas ações.

Vamos exercitar ao máximo a empatia, neste momento. Em tempo de barbárie, precisamos muito disso. E de boas notícias.

Edição: Mônica Nunes

Foto: Feira Jardim Secreto

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