Na última semana, mais zoológicos americanos informaram que após animais apresentarem sintomas para a covid-19, testes foram realizados e confirmaram que eles foram infectados pelo novo coronavírus. De acordo com comunicado divulgado pelo Smithsonian National’s Zoo, na capital Washington D.C., seis leões africanos, um tigre de Sumatra e dois tigres de Amur tiveram perda de apetite, tosse, espirros e letargia. Amostras fecais de todos os grandes felinos foram coletadas.
Os leões estão recebendo antibiótico para uma possível infecção bacteriana nos pulmões, como medida de precaução, já que na Índia foi registrada a morte de dois indivíduos por complicações da covid (leia mais aqui).
No zoológico de Atlanta, 18 dos 20 gorilas do local também foram contaminados. Todos os animais estão com sintomas moderados da doença, transmitida pelo vírus SARS-CoV-2.
“Além de monitorar de perto e fornecer cuidados de suporte, como dar vitamina C extra, os principais objetivos de nossa equipe são garantir que todos os gorilas permaneçam bem hidratados, oferecendo-lhes líquidos adicionais por via oral, bem como monitorando-os cuidadosamente para garantir que cada um esteja comendo e recebendo calorias suficientes”, afirmou a equipe do local em nota.
Em julho, uma vacina experimental contra a covid começou a ser administrada em animais de zoológicos e outras instituições dos Estados Unidos. O imunizante foi produzido por uma empresa veterinária, e depois da aprovação do Departamento Federal de Agricultura, 11 mil doses foram doadas gratuitamente. Algumas das primeiras delas foram entregues ao Oakland Zoo, onde tigres, ursos, leões e furões receberam o produto.
Todavia, os animais de D.C. e Atlanta, que estão doentes agora, ainda não tinham sido imunizados. A vacina do laboratório Zoeti requer duas doses de aplicação.
Luke é um dos felinos sendo tratado no Smithsonian’s National Zoo
Um dos primeiros casos confirmados no mundo de contaminação animal pelo coronavírus ocorreu em abril de 2020, quando um tigre em Nova York ficou doente. Na época, o Bronx Zoo divulgou que a fêmea Nadia, de 4 anos, foi infectada pelo coronavírus. Além dela, a irmã, Azul, dois outros tigres da espécie Amur e três leões africanos estavam com tosse, sinal que também tinham sido contaminados. Todavia, como para realizar o teste de sangue nesses animais é preciso sedá-los, o time do zoológico decidiu submeter apenas um deles, no caso, Nadia, ao procedimento (confira a reportagem completa aqui).
Desde então, a presença do vírus também foi detectada em fazendas de criação de visons nos Estados Unidos, Holanda, Espanha, Grécia, Suécia, Itália e Dinamarca. Só neste último, mais de 15 milhões deles precisaram ser sacrificados.
Leia também:
Leopardo-das-neves é mais novo caso de animal contaminado pela covid no San Diego Zoo, nos Estados Unidos
Cientistas alertaram, em 2007, que consumo de animais exóticos era bomba-relógio porque morcego é “reservatório de vírus SARS-Cov”
Tráfico de animais silvestres aumenta ameaça de novas pandemias e expansão para comércio digital impõe risco ainda maior à humanidade
“Se não restabelecermos equilíbrio entre natureza e homem, pandemias como essa se tornarão mais comuns”, alertam cientistas
Foto: reprodução Facebook Zoo Atlanta (abertura) e divulgação Smithsonian’s National Zoo