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Fazendeiro acusado de maus-tratos a mais de mil búfalas e 72 cavalos, em Brotas, é preso no litoral de SP!

IMPORTANTE: O texto original, publicado em 22/12/2021, foi atualizado duas vezes: em 27/1, quando o fazendeiro foi preso, e, em 24/2, quando o Tribunal de Justiça de SP decidiu mantê-lo preso até o julgamento, como segue.
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Atualização em 24/2/2022:
Em 24/2/2022, o Tribunal de Justiça de São Paulo acolheu pedido do Ministério Público de Brotas para que o fazendeiro Luiz Augusto Pinheiro de Sousa e seu segurança permaneçam presos, de forma preventiva, até a data do julgamento, que ainda não foi marcada.

Para o relator, José Vitor Teixeira de Freitas, “ficou claro que o acusado, desde a decretação da prisão preventiva, não foi mais localizado, passando a ostentar a condição de foragido, além de apontar um comportamento relapso com a instrução do feito. Isso evidencia a periculosidade concreta e risco de fuga, sendo inimaginável que somente após sua prisão, se mostre disposto em entregar o seu passaporte”. E, na decisão, ainda declarou: “De igual forma, o acusado Rinaldo Ferrarezi, que como policial militar da reserva e responsável pela segurança pessoal do empresário, dispõe de aparato e terceiros ainda não localizados prontos a atuar como milícia e dificultar a ação da Justiça”. _________________________________________

Atualização em 27/1/2022:
Foragido da Justiça desde dezembro do ano passado – quando sua prisão foi decretada -, o pecuarista Luiz Augusto Pinheiro de Sousa foi encontrado hoje, em São Vicente, no litoral de São Paulo. Integrantes da Divisão de Capturas da Polícia Civil abordaram o fazendeiro quando ele saía de um mercado.

De acordo com o site R7, a delegada Ivalda Aleixo, que coordenou as operações de busca, contou que, no momento da prisão, o fazendeiro negou as acusações, declarando-se vítima de um golpe com intenção de roubar-lhe a fazenda. Classificando a argumentação de Luiz Augusto de ‘absurda’, ela acrescentou:

Foto: reprodução de vídeo

“Alguns foram enterrados vivos. Isso é muita crueldade! Ele poderia ter colocado em doação, alguém assumiria esses búfalos. E nós vivemos em um país que tem fome! Ele achou por bem abandonar mais de 900 animais”.

A prisão foi anunciada em post no Instagram da ONG ARA, que detém a tutela definitiva de todos os animais encontrados à beira da morte na Fazenda São Luiz da Água Sumida, em novembro.

Para saber mais a respeito do caso, leia o texto original, que escrevi em 22 de dezembro de 2021, quando o fazendeiro ainda estava foragido, logo a seguir da reprodução do post abaixo, publicado pela ONG ARA em seu Instagram.

Fazendeiro acusado de maus-tratos a mais de mil búfalas em Brotas está foragido; ele desapareceu após pedido de prisão preventiva pelo MP

Faz uma semana hoje (22/12) exatamente, que o Ministério Público (MP) de Brotas, no interior de São Paulo, pediu a prisão preventiva de Luiz Augusto Pinheiro de Souza, dono da fazenda São Luís da Água Sumida, onde mais de mil búfalas foram encontradas com fome e sede – parte delas, grávida! -, numa situação de completo abandono, que vem sendo tratado como um dos maiores casos de maus-tratos já vistos no Brasil e, quem sabe, do mundo.

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) acatou o pedido do delegado da cidade, Douglas Brandão Amaral – que tem sido um aguerrido defensor desta causa – e o encaminhou à Justiça (como contamos aqui). Dois dias depois, 17/12, a 1ª Vara de Brotas negou o pedido de prisão, mas, em 19/12, domingo, essa decisão (de primeira instância) foi revertida.

O desembargador Euvaldo Chaib atendeu à solicitação do MPSP, com base em medida cautelar por atuação da Promotoria de Brotas, do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema).

Para ele, “a reiterada crueldade com os animais precitados perdurou por aproximadamente 4 (quatro) meses, acarretando, não só comoção social e repercussão internacional, como também risco à saúde pública e severos danos ao meio ambiente“.

Acusação

O pecuarista foi denunciado por crime de maus-tratos contra 991 búfalos (fêmeas e filhotes – sem contar os bebês que ainda não nasceram) e cavalos que permanecem vivos (por determinação da Justiça de Brotas estão sendo cuidados por voluntários na própria fazenda, desde novembro) e 137 animais mortos, entre eles os que vieram a óbito depois do resgate e do início do tratamento.

Foto: reprodução de vídeo

De acordo com perícia realizada por profissionais da USP e Unesp (como contamos aqui), foi comprovado que alguns animais foram enterrados vivos. E, além das valas encontradas no início da perícia na fazenda, os voluntários encontraram outro cemitério, onde estavam enterradas carcaças e crânios de búfalos adultos e jovens, o que desmente o fazendeiro que alegou que os animais morriam de velhice.

O criminoso também foi denunciado por falsificação de documentos e falsidade ideológica, e devido às ameaças que ele e seus capangas têm feito a todos que trabalham pela recuperação dos animais na fazenda e aos peritos que, outro dia, necessitaram de escolta particular para realizar seu trabalho.

Denúncia anônima

Ontem, 21/12, a polícia de Brotas prendeu Rinaldo Ferrarezi, segurança do fazendeiro, que deve cumprir prisão temporária no Presídio Militar Romão Gomes, em São Paulo, porque é policial militar aposentado. Mas Luiz Augusto não foi encontrado e é considerado foragido pelo Ministério Público.

Portanto, é importante compartilhar sua foto nas redes sociais. Reproduzo, ao lado, a imagem que foi reproduzida de uma de suas redes sociais antes que ele a apagasse, e na qual mantinha a frase: “trabalho com cabeças: de pessoas e de gado”. Dizem que ele é psicanalista… imagina.

Qualquer indício de seu paradeiro pode ser comunicado ANONIMAMENTE pelos telefones (11) 3653-1105 e (11) 98276-0848 (WhatsApp).

Em novembro, assim que o crime contra as búfalas foi denunciado à polícia ambiental, o fazendeiro foi preso mas pagou fiança de R$ 10 mil e foi liberado, como contamos aqui. Denuncie! Pelas búfalas, pelos voluntários, por todos os animais.

Os advogados de Luiz Augusto disseram que não vão se manifestar, por enquanto. E o que defende o segurança declarou, ao G1, que considera a prisão desnecessária e irá preparar sua defesa.

Doações

A participação de doadores constantesnão só de dinheiro, mas de alimentos (só de silagem são 4 mil reais/dia), medicamentos, e também alimentação para os voluntários, entre outras ações – tem tornado possível manter o tratamento e a manutenção das búfalas e de seus filhotes e, também, de cavalos que foram encontrados dias depois, nas mesmas condições.

A Justiça de Brotas determinou, logo no início da mobilização, que o fazendeiro arcasse com as despesas para a recuperação dos animais, mas ele ignorou. O mesmo tem feito em relação às multas que recebeu até agora e que já somam mais de 4 milhões de reais.

Portanto, é imprescindível que as doações continuem. Para doar dinheiro, a ONG ARA e Alex Parente – responsável pela guarda dos animais – mantêm três formas:
PIX 14.732.153/0001-38
PayPal ajudeara@gmail.com e
TEDCaixa Econômica Federal: Banco 104, Agência 4205, CC PJ 839-7, CNPJ 14.732.153/0001-38

Petição online

Esta foto é uma benção, de autoria de Fernando Garcia, fotógrafo oficial e voluntário das Búfalas de Brotas

Como mais uma parte do processo para sensibilizar o Juiz de Direito de Brotas, alcançar seus objetivos e lidar com a lei (como contamos aqui), em 9/12, os ativistas criaram uma PETIÇÃO ONLINE para solicitar “que o Juiz de Direito de Brotas julgue os crimes e as indenizações por cada animal vítima de maus tratos, e decida:

  • pela GUARDA DEFINITIVA dos animais, búfalas e cavalos pela ONG ARA;
  • pela PENHORA DE PARTE DA PROPRIEDADE da Fazenda São Luiz da Água Sumida, em Ribeirão Bonito, Brotas, para criação do Centro de Recuperação e Manutenção das Búfalas de Brotas, o santuário; e
  • pela PENHORA DOS BENS necessários para custear as despesas com tratamento e alimentação dos animais”.

Para intensificar essa ação, os ativistas ainda solicitam que, quem se sentir à vontade para tal, escreva para o Tribunal de Justiça do Estado de SP (brotas@tjsp.jus.br) e envie uma mensagem com a mesma solicitação.

Nas primeira horas da petição, ela registrava pouco mais de 10 mil assinaturas. No dia seguinte, menos de 24 horas depois, eram 24.362 . Hoje, quando olhei (12h12), estava com 81.387. É bastante, mas pode ser melhor. Quanto mais pessoas aderirem, maior a potência deste movimento junto ao Juiz de Direito de Brotas.

Assine e divulgue a petição entre os amigos, parentes e todas as pessoas que defendem a causa dos animais. Compartilhe nas redes sociais com as hashtags #somostodosbufalasdebrotas #bufalasdebrotas #santuarioja.

Agora, as búfalas e os cavalos contam com um canal no YouTube também: inscreva-se e ative o sininho para receber as notificações a cada novidade.

Voluntariado

Hoje, o que mais a ONG ARA precisa é de voluntários para serviços pesados como alimentar as búfalas, manter a limpeza, fazer cercas. Neste vídeo, Alex explica direitinho o que tem sido mais necessário, e você pode enviar um e-mail para oferecer seus talentos para esta causa tão linda: voluntariosara@gmail.com

Um diário para as Búfalas de Brotas

Esta é Malévola, a búfala símbolo desta história e do logotipo do movimento Búfalas de Brotas / Foto:Fernando Garcia

Desde que a ONG ARA – Amor e Respeito pelos Animais transformou seu perfil no Instagram no canal de comunicação sobre esta história triste de abandono das búfalas de Brotas, mas também linda por conta da mobilização dos voluntários e ativistas, ganhamos um espaço especial de luta pela causa animal.

Nele estão registradas não só cenas terríveis como as de búfalas agonizando, mas também o trabalho coletivo e lindo de voluntários no resgate e no cuidado das fêmeas e dos filhotes, a morte de figuras muito queridas como a de Carequinha, a emoção de vários voluntários e apoiadores no trato com elas, a apresentação de mais um ser que foi batizado por eles: Malévola, Condessa, Iracema, e os filhotes Tupi, Guarani, Bowie, John Lennon, Isac…

Este é um dos filhotes adoráveis da fazenda, Bowie / Foto: reprodução de vídeo

Tem muito choro de tristeza, mas de muita emoção também. E de grandes alegrias e de amor por esses animais. Os registros de uma das colaboradores desse movimento a cada vez que encontra Malévola (veja aqui) ou de vovó Iracema (que logo se aproxima de Tupi e Guarani – veja aqui -, que perderam suas mamães, mas ela adotou) por exemplo, são de derreter qualquer coração.

E a gente não pode esquecer dos cavalos, que também foram encontrados – muitos dias depois – em situação de risco, muito magros, e já se recuperam, como mostra este post.

Por isso, faço um convite para que todos sigam o perfil das Búfalas de Brotas no Instagram, se deleitem e compartilhem.

Não tenho dúvida de que este espaço está ajudando não só a escrever a história destes animais – búfalas e filhotes, além dos cavalos da Fazenda São Luís da Água Sumida -, mas principalmente deste caso que certamente servirá de base para sedimentar uma nova visão da sociedade em relação á exploração de animais para consumo humano no país e, quem sabe, no mundo.

Abaixo, para finalizar bem este post, Malévola num banho gostoso com as amigas. Dá pra imaginar que, há pouco mais de um mês elas estavam à beira da morte e sofriam (há meses!) sem água e sem comida? Que seja assim sempre: com fartura, paz e abundância!

Foto: reprodução de vídeo

Foto (destaque): reprodução de vídeo

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Lena
Lena
2 anos atrás

Gratidão por mostrar las bem, pois quando vi a matéria nz integra até passei mal…

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