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Presidente do Ibama libera desmatamento em área de Mata Atlântica, contrariando parecer técnico, para beneficiar hidrelétrica

Presidente do Ibama libera desmatamento em área de Mata Atlântica contrariando parecer técnico do próprio instituto

Não é a primeira vez que o presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim, se envolve em uma polêmica ao contrariar o parecer dos próprios técnicos do órgão.

Em abril de 2019, ele havia autorizado um leilão para exploração de petróleo próximo ao Parque Nacional de Abrolhos. De acordo com uma reportagem publicada pelo jornal Estadão na época, Bim ignorou análises que recomendavam a exclusão das áreas em licitação.

Meses mais tarde, quando ocorreu a 16.ª Rodada de Licitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP), empresas petrolíferas não quiseram arriscar e não fizeram ofertas pelos blocos localizados no sul da Bahia.

Agora, uma reportagem do jornal O Globo revela que, pela segunda vez, o presidente do Ibama menosprezou o parecer dos técnicos do instituto ao liberar o desmatamento de uma área de 14 hectares de floresta de Mata Atlântica para atender o pedido da companhia Tibagi Energia, que pretende construir uma usina hidrelétrica às margens do rio Tibagi, no Paraná.

De acordo com o texto do O Globo, havia não um, mas dois pareceres técnicos contra a liberação da área. Os especialistas do Ibama alegavam que “a região possuía elevado potencial ambiental, cultural e paisagístico e que necessita de um grau de proteção compatível à sua complexidade”.

Ainda segundo a apuração feita pelo jornal, a Tibagi Energia recorreu da decisão técnica junto ao presidente do Ibama e pouco mais de uma semana depois, recebeu o parecer favorável.

O Conexão Planeta enviou um e-mail para a Tibagi Energia pedindo uma declaração da companhia sobre a liberação das áreas, mesmo contra o parecer técnico. Quando receber um retorno, irá atualizar este post.

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Foto: divulgação SOS Mata Atlântica

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Lígia SIlva
Lígia SIlva
4 anos atrás

Sobre o desmatamento para construção de hidrelétricas: Se antes nos orgulhávamos da quantidade de energia limpa que obtínhamos de fonte hídrica, que tal acordar para o fato de que a Alemanha, muito menos ensolarada que o Brasil, saiu na frente no aproveitamento da energia solar, de que um presidente americano pretendia ver instalado o milésimo teto solar até o fim do mandato, de que o0s norte-americanos conseguiram, parece, armazenar energia solar em baterias – tendo-a à disposição mesmo em dias encobertos? Para que tamanhas alterações no ambiente, com enormes estruturas em concreto, senão pára empoderar ainda mais, remunerando, as empreiteiras? A criação de empregos tudo justifica (sendo assim, quanto mais pessoas portadoras de câncer, maior o progresso, pela criação de empregos e circulação de riquezas que isso implica)? Já que se falou em baterias solares, que aconteceu com aquele eempresário cearense suposto criador de postes de iluminação sem fios transmissores e dotados de autonomia, armazenando durante o dia energia solar e eólica, a ser transformada em luz à noite?

William Torre
William Torre
4 anos atrás

Lígia, excelente comentário e, na boa, vale visitar as estações do metrô Santa Cruz, na cidade de São Paulo. Para quem conhece, a estação Santa Cruz que integra as Linhas 1-Azul e 5-Lilás do Metrô, sabe que ali havia, há cerca de 20 anos, um termnal de ônibus parecido com o da Ana Rosa e da Vila Mariana, arborizado e com escala perfeitamente integrada à paisagem e utilização urbana. O equipamento deu lugar ao Shopping Metrô Santa Cruz, que acolhe um terminal de ônibus para três linhas (Mecado da Lapa, Vila Joaniza e Campo Limpo), enquanto às demais (Jardim Ângela, Grajaú, entre outras) recebem seus passageiros sob a sorte das intempéries. Alguns que o utilizam a saída do shopping para o terminal de ônibus, chamam-na carinhosamente o tal arremedo urbano de “CLOACA”. Ao lado, as modernas instalações da estação Santa Cruz da Linha 5-Lilás, uma PPP – Parceria Público (na) Privada que deu de ombros às demandas do público usuário do transporte por ônibus.
Além disso, a incrível a profundidade por onde correm os túneis cavados na Linha 5-Lilás acolheria, facilmente, TODOS os andares do predio da administração da concessionária que opera a Linha 5-Lilás. Só que não: acima da superfície da calçada, onde poderia ser facilmente instalado um moderno terminal de ônibus urbano, há um prédio de 4 ou 5 andares construído para os “parceiros”, ao passo que o público, que depende de integração com ônibus, segue vazando pela cloaca em favor do conforto dos poucos na iniciativa privada.

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