Itapira é monitorada pelos biólogos do Onçafari desde o seu nascimento, há dois anos. Recentemente, após os incêndios que atingiram uma das bases do projeto em Miranda, no Mato Grosso do Sul, a jovem onça-pintada foi avistada se refugiando dentro de uma manilha, comportamento observado entre diversos outros animais também, como contamos aqui, já que nesses locais a temperatura é mais fresca, ainda mais quando a vegetação foi queimada e árvores destruídas.
Todavia, a equipe do Onçafari começou a ficar preocupada quando percebeu que Itapira estava há vários dias no mesmo lugar. Usando binóculos e câmeras, foi possível perceber que as patas da fêmea estavam queimadas. Era preciso um atendimento imediato.
Após sedarem Itapira, veterinários constataram que o caso era grave. Ela tinha queimaduras de segundo grau em todas as patas, e as traseiras eram as mais acometidas. Decidiu-se então, após a consulta com órgãos ambientais, pela transferência do animal para o Instituto NEX No Extinction, em Corumbá do Goiás, que se tornou referência nesse tipo de tratamento, sobretudo depois dos excelentes resultados obtidos com Ousado, outra onça-pintada, um macho, vítima dos incêndios que devastaram o Pantanal em 2020, e que foi devolvido à vida selvagem.
Foram 22 horas de viagem de carro para que Itapira chegasse até o NEX, em Goiás.
“Quando ela chegou aqui já havia perdido 7 kg e não se alimentava há cinco dias. Estava muito desidratada e anêmica. Já apresentava sinais de infecção. Entramos no mesmo dia com o nosso protocolo de cuidados específicos para queimaduras, dentre eles, a ozonioterapia, e o organismo dela começou a responder de forma positiva já no segundo dia, quando ela voltou a se alimentar”, revela Daniela Gianni, coordenadora de projetos e atividades do NEX. “A cada curativo – que acontece dia sim, dia não – os ferimentos estão melhores e o processo cicatricial das patas está excelente.”
Daniela afirma que o objetivo é conseguir recuperar as condições físicas totais de Itapira o mais breve possível para que ela possa voltar para o Pantanal.
Itapira faz parte de uma linhagem muito simbólica e especial para o Onçafari. Ela é filha de Isa, que ao lado da irmã, Fera, se tornaram as primeiras onças-pintadas do mundo a serem reintroduzidas na natureza (leia mais aqui).
Tratamento de Itapira já revela bons resultados e patas começaram a cicatrizar
Foto: Acervo Instituto NEX
Contribua para o tratamento de Itapira
O NEX No Extinction é uma instituição que recebe e cuida de felinos resgatados e também, trabalha com a reprodução em cativeiro para possíveis reintroduções na vida livre. Assim como Ousado, há quatro anos o instituto cuidou também de Amanaci, outra onça que teve as patas queimadas pelo fogo, mas que, infelizmente, não pode ser devolvida ao Pantanal, já que as lesões foram graves demais e ela perdeu suas garras, ou seja, não conseguiria sobreviver em vida livre.
Para ajudar com os altos custos do tratamento de Itapira, o NEX, que é uma organização sem fins lucrativos e que depende de doações, iniciou uma vaquinha online na plataforma Catarse para arrecadar recursos. Você pode contribuir também, neste link!
Você também pode doar – qualquer valor é importante! – através do PIX 04 567 090 0001 58
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Foto de abertura: André Bittar
Graças a Deus 🙏