Durante pouco mais de um mês, pesquisadores do Schmidt Ocean Institute realizaram um expedição na distante região das ilhas do arquipélago Phoenix, situada a mais de 5 mil km da costa de Sidney, na Austrália. A bordo da embarcação Falk, os cientistas – com a ajuda de um robô submarino -, exploraram uma área de cerca de 30 mil km2 no fundo do mar, assim como suas “montanhas marinhas”. Entre as preciosidades com as quais os cientistas se depararam está este raríssimo polvo transparente (Vitreledonella richardi), também chamado de polvo de vidro.
“Um avistamento muito raro e, possivelmente, uma das filmagens de mais alta qualidade já gravadas até hoje”, afirmaram os integrantes da expedição.
E os pesquisadores observaram o polvo transparente não apenas uma, mas em duas oportunidades diferentes. As únicas partes visíveis (opacas) do corpo do animal são o nervo óptico, os olhos e o trato digestivo.
Esta espécie de polvo só foi descrita pela ciência pela primeira vez em 1918. Sabe-se muito pouco sobre esses seres, já que vivem em águas muito profundas, de regiões tropicais e subtropicais.
O polvo é uma das criaturas marinhas mais enigmáticas e fascinantes. Esses animais são considerados por biólogos como os invertebrados com o sistema nervoso mais complexo do planeta. E um estudo científico publicado no começo deste ano sugere algo ainda mais surpreendente: eles podem sentir não somente dores físicas, mas também, emocionais (leia mais aqui).
Durante a expedição nas ilhas Phoenix em julho foi avistado ainda um tubarão-baleia (Rhincodon typus), o maior peixe dos oceanos, espécie ameaçada de extinção. No total, o robô subaquático do Falk realizou 21 mergulhos e gravou 182 horas de imagens inéditas.
No ano passado, os pesquisadores do Schmidt Ocean Institute também anunciaram a descoberta – a primeira após 120 anos -, de um gigantesco recife na Grande Barreira de Corais, que media 500 metros de altura (mais alto, por exemplo, que o Empire State Building, de Nova York, com 381 metros de altura, ou 13 vezes maior que a estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, com 38 metros).
O Schmidt Ocean Institute é uma organização sem fins lucrativos, fundada em 2009, por Wendy e Eric Schmidt (este último ex-CEO do Google) para promover a pesquisa oceanográfica por meio do desenvolvimento de tecnologias inovadoras, compartilhamento aberto de informações e ampla comunicação sobre a saúde dos oceanos.
*Com informações adicionais do site Live Science
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Foto: divulgação Schmidt Ocean Institute e vídeo Science Alert
Fantástico. Uma imagem quase imaterial de um ser “ainda” físico, com aparência espiritual e fluidica quase extra corpórea, no entanto dá a impressão de ser mais frágil e vulnerável, assim como são os cristais.