“O único número aceitável para a fome é zero”. Este é o mote que tem guiado o trabalho de José Graziano da Silva nas últimas décadas. Agrônomo de formação e doutor em Economia, o brasileiro ocupou o cargo de diretor-geral da Organização das Nações Unidas para alimentação e Agricultura (FAO) de 2012 a 2019. Também foi o responsável por coordenar a formulação e implementação do Programa Fome Zero no Brasil enquanto Ministro Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome, no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Por sua carreira dedicada a erradicação da fome em nosso país e no mundo, José Graziano acaba de receber um prêmio internacional, concedido pela Niigata International Food Award Foundation. Em cerimônia no Japão, ele agradeceu o reconhecimento dado aqueles que lutam pela segurança alimentar global.
“O verdadeiro desafio, de fato, é fazer com que todas as pessoas tenham acesso a alimentos saudáveis e seguros todos os dias”, afirma Graziano.
O brasileiro declarou que doará o prêmio em dinheiro que recebeu ao Instituto Fome Zero, do qual ele é diretor-geral. Sua principal preocupação é não apenas oferecer comida para todos, mas também melhorar a qualidade do que é ofertado.
O Instituto Fome Zero apoia políticas de combate à fome e a todas as formas de má nutrição, tornando estes assuntos prioridade no Brasil e na comunidade internacional.
Segundo um levantamento divulgado em junho deste ano, 33,1 milhões de brasileiros vivem em situação de fome, 14 milhões a mais que em 2020. Os dados são do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN).
Já em escala global, enquanto o mundo produz alimentos suficientes para atender toda a população do planeta, ainda assim, 828 milhões de pessoas passam fome diariamente. De acordo com a organização, Action Against Hunger, após um declínio constante por uma década, a fome aumentou, afetando quase 10% das pessoas em todo o mundo.
De 2019 a 2022, o número de pessoas subnutridas cresceu em até 150 milhões, uma crise impulsionada principalmente por conflitos, mudanças climáticas e a pandemia de covid.
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Foto de abertura: reprodução Facebook José Graziano
