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Mel de abelhas sem ferrão da Amazônia: conservação da floresta, renda para as comunidades e sabor único

Mel de abelhas sem ferrão da Amazônia: conservação da floresta, renda para as comunidades e sabor único

Conectar produtos sustentáveis da Amazônia, que conservam a floresta e geram impacto positivo para as populações que vivem lá, é um caminho para ajudar a cuidar da maior floresta tropical do planeta.

Tenho dito isso aqui, no Conexão Planeta, quando abordo iniciativas e pessoas que seguem este caminho virtuoso pelo bioma.

Este é um dos caminhos. Obviamente, outro – urgente e atualmente em total descontrole – é a fiscalização, o estancar do desmatamento e das queimadas criminosas que consomem a floresta e podem, com certeza, comprometer esse movimento de uma nova economia para a região.

Hoje, falo de mais um empreendimento amazônico que contribui para a conservação da floresta gerando renda para várias comunidades.

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A Peabiru Produtos da Floresta oferece mel de abelhas sem ferrão nativas, coletado em diversas localidades da região por povos e comunidades tradicionais de diferentes municípios da Amazônia brasileira.

Entre as localidades estão Curuçá, no nordeste do Pará, Monte Alegre e Almeirim, no médio Amazonas, no mesmo estado. Além de territórios quilombolas em Macapá e da Terra Indígena Uaçá, no Oiapoque, ambos no Amapá.

“Nos territórios nos quais trabalhamos já há processos produtivos relativamente resolvidos e produtos com qualidade diferenciada. Ao mesmo tempo, existem mercados consumidores para tais produtos. O que falta é o link entre a produção e a comercialização”, diz Hermógenes de Sá, diretor-executivo do Instituto Peabiru.

Iniciativa surgiu de projeto apoiado pelo Fundo Amazônia

Mel de abelhas sem ferrão da Amazônia: conservação da floresta, renda para as comunidades e sabor único

A Peabiru Produtos da Floresta surgiu em 2017 com o objetivo de conectar a produção de povos e comunidades tradicionais da Amazônia e consumidores que buscam produtos de qualidade que, ao mesmo tempo, contribuem para a conservação da floresta e melhoria da qualidade de vida das pessoas que lá vivem.

O primeiro produto comercializado pela empresa é o mel de abelhas sem ferrão.

Essa iniciativa é resultado do projeto Néctar da Amazônia, coordenado pelo Instituto Peabiru entre 2014 e 2018, com apoio do Fundo Amazônia e em parceria com a Embrapa Amazônia Oriental, a Funai e associações comunitárias, indígenas e quilombolas.

O projeto promoveu desenvolvimento tecnológico e disseminação de conhecimento, fortalecendo a cadeia de valor do mel e trazendo consigo a conservação e o manejo sustentável da floresta e de ambientes naturais.

A partir do Néctar da Amazônia, o desafio que se colocou foi garantir o acesso a mercados e a comercialização da produção que veio se desenvolvendo nas comunidades.

Hoje a Peabiru comercializa méis de diferentes localidades, que apresentam peculiaridades em acordo com sua origem social e/ou territorial.

A empresa compra o mel de agricultores familiares e cuida da logística, beneficiamento, selo do Serviço Inspeção Federal (SIF), venda e pós-venda.

O mel comercializado é um dos poucos no país com o selo do SIF, que possibilita a venda em todo o território nacional e também a exportação.

O negócio busca gerar renda para populações rurais, em especial mulheres e jovens, além de proporcionar maior polinização para a agrofloresta e restauração ecológica.

Ainda promove a capacitação e o acompanhamento direto com os produtores.

Mel com indicação geográfica

A boa prática da coleta é garantida pelo trabalho da Peabiru com as comunidades. O mel é transportado para Belém, no Pará, e beneficiado em um entreposto legalizado, onde é embalado em potes de vidro, registrado pelo SIF e distribuído.

Consumir cada um dos méis da Peabiru é ‘sentir’ diversas nuances da Amazônia. As diferenças refletem as fisionomias da vegetação amazônica onde cada um deles é extraído – várzeas, matas de igapó, terras firmes, manguezais, campos, charcos e capinzais.

E o mel vem também de diferentes espécies de abelhas sem ferrão da Amazônia.

Segundo a Peabiru, as principais diferenças entre os méis de abelhas nativas e exóticas são a densidade e o sabor. O mel das abelhas sem ferrão é um pouco menos adocicado e tem um toque levemente ácido.

Há também diversidade de cor e aroma, pois os méis das abelhas sem ferrão trazem as características dos locais onde foram produzidos. Cada território produz um mel único, associado às floradas presentes.

Em cada pote de mel estão presentes a diversidade sociocultural dos produtores e a diversidade ambiental da vegetação, das flores e das espécies de abelhas.

É possível adquirir os méis pelo AmazôniaHubsobre o qual já escrevi aqui, no Conexão Planeta – e também pelo Mercado Livre.

Edição: Mônica Nunes

Fotos: Arwin Neil Baich/Unsplash e Peabiru Produtos da Floresta/Divulgação

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