Depois dos canudos, Rio de Janeiro poderá banir copos plásticos

Depois do canudo, Rio de Janeiro poderá banir copos plásticos

Que notícia maravilhosa, logo mais agora, que o verão acaba de começar e sabe-se que o consumo de plásticos descartáveis explode nas praias, bares, lanchonetes e padarias do Rio do Janeiro.

Nada melhor do que tomar um mate gelado ou um suco natural. Mas precisa ser em copo de plástico? Nãoooo!!!! Porque dá para substituir por similares feitos com material biodegradável, como papel, ou aqueles que podem ser lavados.

Ontem (21/12) um projeto de lei (PL) foi encaminhado pela prefeitura à Câmara dos Vereadores para proibir o comércio e o uso de copos plásticos em estabelecimentos comerciais do Rio. O texto determina que “deverão ser substituídos por outros feitos de materiais comprovadamente biodegradáveis, incluindo aí os de papel ou de uso permanente”.

Ainda segundo o documento enviado à Câmara Municipal, “o movimento em torno da conscientização do não uso ou substituição dos descartáveis plásticos atingiu proporções mundiais nos últimos anos… todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

Bravo!

O projeto de lei será agora analisado pelos vereadores fluminenses. Caso seja aprovado, após sancionado, os comerciantes terão 180 dias (6 meses) para se adequar à nova legislação.

O Rio de Janeiro foi a primeira cidade brasileira a banir os canudos plásticos. O prazo para a adequação à mudança foi menor, de 60 dias, que não se mostrou suficiente, já que a indústria de canudos de papel não conseguiu atender a demanda. Mas, agora, como se diz no Brasil, a “lei já pegou”.

Segundo matéria publicada pelo jornalista André Trigueiro, no portal G1, “A repercussão do banimento dos canudos plásticos no Rio foi tão grande que projetos semelhantes já foram aprovados em outras 16 cidades (Santos, Guarujá, Caraguatatuba, Ubatuba, São Sebastião, Cotia, Sorocaba, São Roque, Vitória, Vila Velha, Montes Claros, Imbituba, Londrina, Santa Maria, Pelotas e Rio Grande) e no Estado do Rio Grande do Norte. Há projetos em discussão em outros dois Estados (Santa Catarina e Mato Grosso do Sul), no Distrito Federal (onde a Câmara Distrital já aprovou o banimento dos canudos plásticos em segunda votação esta semana) e em outras 10 cidades (Recife, Goiânia, Curitiba, Aracaju, Manaus, Joinville, Santa Cruz do Sul, Camboriú, São Vicente e São José)”.

Na semana passada, também noticiamos aqui, que Fernando de Noronha proibiu o uso e a venda de plásticos descartáveis.

A poluição plástica nos oceanos saiu fora de controle. Milhares de animais têm morrido devido à ingestão desses resíduos e até a água que ingerimos já está contaminada com micropartículas plásticas (leia mais sobre o assunto aqui ).

Agora um movimento global ganha força para reduzir o consumo desse tipo de material e proibir a utilização do chamado plástico de “um uso só”.

Caso a nova lei seja aprovada no Rio de Janeiro (estamos na torcida para que isso aconteça!), aquela paixão dos cariocas – o mate gelado com o “bixcoito” Globo -, terá que ser em copo de papel!

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Foto: @debycarius/reprodução Facebook

2 comentários em “Depois dos canudos, Rio de Janeiro poderá banir copos plásticos

  • 22 de dezembro de 2018 em 4:41 AM
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    Poderiam começar a pensar em soluções para os lacres das tampas de garrafas plásticas também!

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  • 22 de dezembro de 2018 em 9:58 AM
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    Para os animais que já engoliram os copos de plástico, é tarde, não tem volta; mas para aqueles que ainda não nasceram, quem sabe, com um pouco de sorte, consigam envelhecer com saúde, felizes e VIVOS. Quanto a nós humanos, continuaremos nos dessedentando com as micro partículas deles, na água que deveria ser potável mas não é, por causa de pessoas que poderiam ter sido mais sábias, mas não foram.

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.