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População de tubarão-limão volta a crescer no Atol das Rocas

População de tubarão-limão volta a crescer no Atol das Rocas

O tubarão-limão (Negaprion brevirostris) é uma das muitas espécies que habita a Reserva Biológica do Atol das Rocas, próxima do Rio Grande do Norte e de Fernando de Noronha. Contudo, ele é um dos animais que integram a Lista Nacional das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção – Peixes e Invertebrados Aquáticos.

Podendo medir até quase 3,5 metros de comprimento, a espécie tem esse nome popular tem devido à coloração marrom amarelada ou cinza oliva na superfície dorsal e amarelada brilhante na região ventral. Entre outras características, distingue-se de outros tubarões por apresentar a primeira e segunda nadadeiras dorsais triangulares e praticamente do mesmo tamanho e focinho achatado e menor que a largura da boca.

A espécie é comumente encontrada em águas subtropicais rasas até a profundidade de 90 metros, em áreas de recifes de corais, mangues, baías fechadas e foz de rios. Mas no início dos anos 2000 sua presença no Atol das Rocas vinha diminuindo.

Todavia, um novo levantamento divulgado recentemente aponta que o tubarão-limão está se recuperando na região.

Pesquisadores do Instituto Oceanográfico e do Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) realizaram duas expedições na Baía Lama, no Atol das Rocas, em 2015. Ao longo de diferentes horários, pontos e correntes marítimas, eles contabilizaram 2.300 indivíduos, o dobro do que havia sido registrado pouco mais de um década antes, em 2003.

“Um dos motivos pode ter sido a proibição de um tipo específico de pesca, que consiste na remoção das nadadeiras do tubarão-limão e posterior devolução da carcaça do animal para o mar”, explica Ana Laura Tribst Corrêa, uma das pesquisadores envolvidas no estudo e co-autora de um artigo sobre o assunto na publicação Ocean and Coastal Research.

Ainda segundo a especialista, o aumento também pode ter acontecido “devido a uma flutuação natural no número de fêmeas em idade de reprodução ou como decorrência da diminuição de trabalhos de pesquisa com métodos invasivos, que assustavam os animais, comuns na região no começo dos anos 2000”.

Agora a expectativa é que os dados coletados ajudem na atualização do status de conservação da espécie.

“Esses resultados nos dão a esperança de que a população desses animais esteja, possivelmente, aumentando, mas só poderemos afirmar, com certeza, com a continuidade da coleta de dados”, destaca Ana Laura.

No Brasil o tubarão-limão é encontrado no litoral do norte e nordeste, com poucos registros no Sudeste
(Foto: Albert kok, CC BY-SA 3.0 via Wikimedia Commons)

É muito difícil o registro de ataques de tubarão-limão a seres humanos. Quando acontece é porque estão se defendendo. Eles costumam se alimentar de outros peixes (inclusive tubarões), crustáceos, moluscos e, eventualmente, aves marinhas.

As fêmeas tem de quatro a 17 filhotes por prole. A reprodução ocorre em águas rasas durante os meses de primavera e é seguida por um período de 10 a 12 meses de gestação. Os tubarões juvenis permanecem em berçários de águas mais rasas por muitos anos.

Reconhecida como Patrimônio Natural Mundial pela Unesco, o do Atol das Rocas – único atol no Atlântico Sul – é a primeira reserva biológica marinha do Brasil. Sua área abrange duas Ilhas – a do Farol e a do Cemitério. O local não é aberto a visitantes, apenas para pesquisas científicas.

Além do tubarão-limão, são encontradas ali diversas outras espécies ameaçadas de extinção, como a tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), a tartaruga-verde (Chelonia mydas), o rabo-de-palha-de-bico-vermelho (Phaethon aethereus) e o coral gorgônia (Phyllogorgia dilatata), dentre outras.

*Fonte Agência Bori e com informações adicionais do ICMBio

Foto de abertura: Ana Laura Corrêa / arquivo pesquisadores

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