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Pinguins-de-magalhães mortos por gripe aviária são encontrados no litoral de Santa Catarina

Pinguins-de-magalhães mortos por gripe aviária são encontrados no litoral de Santa Catarina

Foram confirmadas as primeiros mortes de pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus), vítimas da gripe aviária, no litoral do Brasil. As aves foram achadas em praias de Laguna e São Francisco do Sul, em Santa Catarina, segundo dados da plataforma online de consulta sobre os casos de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) – H5N1, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Em maio foram detectados os primeiros casos no país. Atualmente já são 80 focos da doença. Cada foco é uma unidade epidemiológica na qual foi diagnosticado pelo menos um caso da doença.

Até este momento, a grande maioria dos casos de gripe aviária na costa brasileira foram em aves silvestres, sobretudo da espécie trinta-réis-de-bando. Houve apenas duas ocorrências da doença em aves de subsistência, no Espírito Santo e na Bahia. Mas nenhum criação comercial foi contaminada.

Além de SC e ES, foram confirmados registros no litoral do Rio de Janeiro, Rio Grande do SulSão PauloParaná e Bahia (leia mais aqui).

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É comum observar pinguins-de-Magalhães no litoral do sul do Brasil, quando aparecem por aqui em sua jornada migratória, que tem como ponto de partida a Patagônia, na Argentina. O início da temporada anual de migração começa em meados do outono e vai até setembro.

“Os animais encontrados mortos devem ser enterrados imediatamente. Devido aos casos de gripe aviária, as equipes de resgate de animais marinhos seguem protocolos de segurança. Entre eles, o enterro dos animais encontrados mortos para que não fiquem expostos. A eliminação dos animais mortos, seja por meio de enterro ou cremação, segue regras estabelecidas pelo Plano de Contingência para Emergências Zoossanitárias do Mapa”, explica a equipe da  Associação R3 Animal*.

Pinguins-de-magalhães mortos por gripe aviária são encontrados no litoral de Santa Catarina

Pinguins achados mortos em praia de Santa Catarina
(Foto: Ricardo Wegrzynovski / R3 Animal)

A gripe aviária

O vírus H5N1, que provoca a gripe aviária, é altamente contagioso. Poucos dias após a contaminação, os sintomas já ficam visíveis, como paralisia e inchaço de partes do corpo, e vários órgãos param de funcionar. O sistema neurológico é comprometido e os animais começam a apresentar tremores. A taxa de mortalidade chega a 90%.

As aves migratórias, principalmente as aquáticas, são apontadas como as principais responsáveis pela transmissão da gripe aviária.

Em maio o governo federal declarou emergência zoossanitária no país e criou um Centro de Operações de Emergência para coordenar ações nacionais, envolvendo os ministérios da Agricultura e Pecuária, do Meio Ambiente e da Saúde. 

Recomendações à população

– Apesar de rara, pode haver a transmissão da influenza aviária para o homem, por meio do contato direto com aves doentes ou mortas ou ainda por água e objetos contaminados; 

– Não toque ou recolha aves suspeitas, doentes ou mortas;

– Apesar de rara, pode haver a transmissão da influenza aviária para o homem, por meio do contato direto com aves doentes ou mortas ou ainda por água e objetos contaminados; 

– O Brasil continua livre de influenza aviária na criação comercial e mantém seu status de livre de influenza aviária, exportando seus produtos para consumo de forma segura. O consumo de carne e ovos se mantém seguro no país;

– Se notar uma ave com sintomas como tremor, andar cambaleante ou dificuldade respiratória, comunique às autoridades ambientais de sua cidade ou o Serviço Veterinário Oficial, por meio dos contatos disponíveis aqui e/ou pelo e-Sisbravet.

Orientações a produtores

  1. Intensificar as medidas de biosseguridade
  2. Proibir terminantemente qualquer tipo de visita às unidades de produção
  3. Conferir cercamento de núcleo e telamento de galpão
  4. Manter o portão de acesso da propriedade fechado
  5. Desinfecção de veículos em pleno funcionamento
  6. Desinfecção de materiais que acessem a granja
  7. Uso de roupas e calçados exclusivos no acesso à granja
  8. Pedilúvio no acesso aos núcleos e aos galpões
  9. Realização de vazio sanitário
  10. Cuidados com a ração
  11. Cuidados com a água (fonte de qualidade, tratamento, reservatórios íntegros e cobertos)
  12. Controle de pragas
  13. Treinamento de equipe
  14. Restringir criação de aves pelos funcionários
  15. Evitar visitas em locais com aves silvestres
  16. Ausência de outras aves na propriedade
  17. Se participou de evento relacionado ao setor, cumprir vazio sanitário de 72 horas
  18. Se participou de outro tipo troca de roupas e cumprir os protocolos de biosseguridade
  19. Entre outras ações, reforçando todas as medidas adotadas, conforme aInstrução Normativa do MAPA nº 56/2007.

Leia também:
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*O trabalho de reabilitação de animais marinhos que a R3 Animal realiza em Florianópolis faz parte do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), uma condicionante do licenciamento ambiental para a exploração do pré-Sal conduzido pelo Ibama. O PMP-BS vai de Laguna SC até Saquarema RJ e é executado por 15 instituições diferentes.

Foto de abertura: Ricardo Wegrzynovski / R3 Animal

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