Lideranças e representantes indígenas de 40 povos de todas as regiões do país estão reunidos em Brasília, acampados ao lado do Teatro Nacional, próximo à Esplanada dos Ministérios, desde 8 de junho para protestar contra projetos como o PL 490/2007 (que libera as terras indígenas para empreendimentos) e o marco temporal , além de exigir medidas efetivas contra o garimpo ilegal, que podem levá-los a um novo genocídio.
A mobilização, que ganhou o nome de acampamento Levante pela Terra, cobra ações do CongressoNacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Também rechaça a atual administração da Funai – Fundação Nacional do Índio, presidida por um ex-delegado da Polícia Federal, Marcelo Xavier, que apoia ruralistas em vez de proteger os indígenas (veja a violência com que os indigenas foram recebidos pela polícia em frente à sede do órgão, em 16/6)
“É importante que essas manifestações aconteçam porque, caso o PL 490 seja aprovado, vai mudar todo o procedimento de demarcação de terras indígenas, abrindo brecha para ilegalidades e insconstitucionalidades como o marco temporal que está em tramitação no STF (o julgamento foi suspenso na última sexta, a pedido do ministro Alexandre Moraes), que tenta acabar com o direito dos povos indígenas à terra”, declarou a deputada indígena Joenia Wapichana, hoje, em sessão na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC), na Câmara dos Deputados.
Entre as lideranças presentes ao acampamento estão Sonia Guajajara, coordenadora executiva da Apib – Articulação dos Povos Indigenas do Brasil, Alessandra Korap Munduruku, vice-coordenadora da Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa), Dário Vitorio Kopenawa (Yanomami), além de Kretã Kaingang, Dinaman Tuxá e Eloy Terena coordenadores e advogado da Apib.
Como ajudar
Os participantes do Acampamento Levante pela Terra foram chegando aos poucos em Brasília – e continuam chegando -, mas não têm data para voltar às suas aldeias. Isso depende das decisões que serão tomadas nos próximos dias por legisladores, por gestores de órgãos como a Funai, por juízes do STF.
Diante de tanta incerteza – em meio a pequenas vitórias e derrotas – e para que possam prosseguir acampados com segurança, precisam do apoio da sociedade: financeiro, de alimentos e outros materiais.
Quem mora ou está na capital federal, pode deixar doações em espécie na Praça da Cidadania, SCTN: água, alimentos não perecíveis, embalagens de marmita, máscaras e álcool em gel, colchonetes, cobertores, lonas e cordas.
Para fazer doações em dinheiro – por pix, cartão, deposito ou pay pall – clique neste link.
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Foto (destaque): Scarlet Rocha/Apib