O nascimento de qualquer filhote é sempre muito celebrado, mas ele ganha proporções maiores quando é de uma espécie em risco crítico de extinção. O macaco-negro-de-sulawesi (Macaca nigra) é encontrado apenas na ilha de Sulawesi, na Indonésia. Estima-se que existam apenas 5 mil deles ainda vivendo livres na natureza. Nos últimos 30 anos, houve uma redução de 80% na população desses primatas.
Ainda não se sabe o sexo do pequeno, que é filho da fêmea Rumple e do macho Mamassa. A família vive no Chester Zoo, no Reino Unido, um dos mais importantes centros de reprodução em cativeiro de espécies ameaçadas e importante parceiro de projetos de conservação no mundo todo.
O filhote pode ser visto constantemente agarrado na mãe, mas outras fêmeas do grupo também se revezam no seu cuidado.
A espécie é extremamente social e vive em grandes grupos na vida selvagem. Uma das curiosidades é que quando adultos, esses macacos têm o corpo completamente preto, inclusive o rosto. Todavia, os filhotes nascem com a pele bem clara, que vai mudando de tom à medida que ficam mais velhos.
Além desse, entre as principais características desses macacos da Indonésia está um tipo de crista eriçada que possuem no topo da cabeça, tanto que seu nome em inglês é “crested black macaque”. Os machos chegam a pesar quase 10 kg e as fêmeas a metade desse peso.
O filhote no colo da mãe
(Foto: divulgação Chester Zoo)
Com uma cauda curta, a espécie é essencialmente terrestre, passando mais de 60% do dia no solo forrageando e socializando. Alimentam-se sobretudo de frutas, mas podem comer também flores, folhas, ervas, ovos de pássaros e pequenos invertebrados como lagartixas e sapos.
“Além de proteger o futuro desta espécie criticamente ameaçada, cada nascimento oferece uma oportunidade de aprender mais sobre seu comportamento, biologia e estruturas sociais, o que ajuda a planejar os esforços para a conservação da espécie globalmente”, diz Mark Brayshaw, chefe da área de mamíferos do Chester Zoo.
Entre as principais ameaças ao macaco-negro-de-sulawesi estão a extração ilegal de madeira, tendo visto seu lar na floresta desaparece ao seu redor, além da caça ilegal para atender à demanda do tráfico de animais silvestres.
“Em sua terra natal, os macacos são ainda considerados uma iguaria local e costumam ser a escolha alimentar para ocasiões especiais, como casamentos. É por isso que nossos parceiros locais têm feito um trabalho de educação ambiental junto às comunidades, ao mesmo tempo em que investigam as principais causas do desmatamento, o que auxilia na proteção da incrível diversidade de animais que vivem na ilha de Sulawesi”, completa Brayshaw.
*Com informações adicionais do Wisconsin National Primate Research Center
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Foto de abertura: divulgação Chester Zoo
