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Ativistas protestam contra uso de jatinhos e presença de lobistas de combustíveis fósseis na COP27

Ativistas protestam contra uso de jatinhos e presença de lobistas de combustíveis fósseis na COP27

Jatos particulares provocam dez vezes mais emissões de gases de efeito estufa do que um voo regular, por passageiro, e até 50 vezes mais do que uma viagem média de trem na Europa. Em 2018, 50% de todas as emissões da aviação foram causadas por apenas 1% da população mundial. Por isso, é simplesmente inaceitável que autoridades e celebridades que estejam presentes na Conferência Internacional sobre Mudanças Climáticas (COP27), em Sharm el-Sheikh, no Egito, usem jatinhos para chegar ao evento.

Na semana passada, ativistas dos grupos Extinction Rebellion e Greenpeace fizeram uma manifestação no aeroporto de Schiphol, na Holanda, o segundo maior da Europa, para protestar contra a utilização de aviões particulares. Centenas de manifestantes fecharam a pista de pouso e decolagem por mais de 6 horas, ao se sentarem ao redor dos jatinhos.

“A elite rica está usando mais jatos particulares do que nunca, que é a maneira mais poluente de voar. Isso é típico da indústria da aviação, que parece não ver que está colocando as pessoas em risco ao agravar a crise climática. Isso tem que parar. Queremos menos voos, mais trens e a proibição de voos desnecessários de curta distância e jatos particulares”, diz Dewi Zloch, do Greenpeace Holanda.

Segundo um levantamento realizado pela rede BBC, dados da plataforma FlightRadar24 mostram que 36 jatinhos pousaram em Sharm el-Sheikh entre 4 e 6 de novembro, dias do começo da cúpula. Outros 64 voaram para o Cairo, 24 dos quais vieram de Sharm el-Sheikh. O site da COP27 recomendava que os participantes deveriam usar qualquer um desses aeroportos.

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Já nesta manhã, na conferência do clima no Egito, manifestantes protestaram contra a presença de lobistas de empresas ligadas à exploração de combustíveis fósseis. Há 636 representantes de companhias de petróleo e gás registrados para participar nesta COP, um aumento de 25% em relação à última edição do encontro, em Glasgow, na Escócia.

“A explosão no número de delegados dessa indústria presentes nas negociações reforça a convicção da comunidade de justiça climática de que esse setor vê a Cop como uma espécie de carnaval, e não um espaço para lidar com a crise climática em andamento e iminente”, disse Kwami Kpondzo, da organização Friends of the Earth Togo, em entrevista ao The Guardian.

Há poucos dias, o primeiro-ministro de Antígua e Barbuda, Gaston Browne, fez duras críticas às empresas petrolíferas, cobrando delas a responsabilidade financeira pela emissão de gases de efeito estufa.

“A indústria de petróleo e gás continua a ganhar quase US$ 3 bilhões diariamente em lucros. Já é hora de que essas empresas sejam obrigadas a pagar um imposto global de carbono sobre seus lucros como fonte de financiamento para perdas e danos”, afirmou. “Produtores perdulários de combustíveis fósseis se beneficiaram de lucros exorbitantes às custas da civilização humana. Enquanto eles estão lucrando, o planeta está queimando” (leia mais aqui).

Ativistas protestam contra uso de jatinhos e presença de lobistas de combustíveis fósseis na COP27

Ativistas interditaram por mais de 6 horas a pista do setor de jatinhos do aeroporto de Schiphol, na Holanda, o segundo maior da Europa

*Com informações do jornal The Guardian e do Greenpeace Holanda

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Foto de abertura: © Marten van Dijl / Greenpeace Netherlands

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