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Alice Pataxó, Erika Hilton e Simone Tebet estão entre as 100 mulheres mais inspiradoras e influentes do mundo

Há dez anos, a BBC (British Broadcasting Corporation), empresa pública de rádio e televisão do Reino Unido, divulga uma lista anual com as 100 mulheres mais inspiradoras e influentes do mundo: a BBC 100 Women.

Este ano, incluiu três brasileiras: a ativista e jornalista indígena Alice Pataxó, a primeira mulher trans negra eleita deputada federal Erika Hilton e a senadora e ex-candidata à presidência da República Simone Tebet. 

Três personalidades bastante distintas em suas trajetórias, que dividem a seleção deste ano com mulheres que também têm histórias muito marcantes como a primeira-dama da Ucrânia Olena Zelenska, a cantora Billie Eilish (EUA), as atrizes Priyanka Chopra Jonas (Índia) e Selma Blair(EUA), a recordista do salto triplo Yulimar Rojas (Venezuela), a escritora e blogueira feminista Nana Darkoa Sekyiamah (Gana), a estilista Kadri Keung (Hong Kong), a rapper Milli (Tailândia), a escaladora Elnaz Rekabi e ativista dos direitos humanos Narges Mohammadi (ambas do Irã) e a empreendedora do clima Marie Christina Kolo(Madagascar), só para citar algumas. 

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Este ano, os organizadores decidiram que as escolhidas e suas histórias de vida deveriam traduzir as conquistas das mulheres na última década, ou seja, desde que o BBC 100 Women foi lançado, em 2011. E a conclusão a que chegaram não é nenhuma novidade: embora tenhamos avançado consideravelmente nos direitos das mulheres (há muito mais líderes femininas e o Movimento MeToo, de 2017, é um dos eventos que contribuiu para isso), ainda há um longo caminho a trilhar na maioria dos países. 

Assim, uma das marcas desta seleção é a presença de mulheres que têm atuado em graves conflitos pelo mundo, como as corajosas manifestantes do Irã (escolhidas como Heroínas do Ano pela revista Time) ou as mulheres que são símbolo da resistência na Ucrânia e na Rússia.

Outra novidade deste ano é que a BBC pediu para algumas das mulheres destacadas em edições anteriores indicarem suas preferências. Uma das brasileiras que figuram nesta lista teve essa chancela. Vamos a elas! 

Alice Pataxó

Indígena da etnia Pataxó, do sul da Bahia, ela nasceu na Aldeia Craveiro, na Cidade do Prado. Desde os 14 anos, milita pela causa e resistência indígenas, influenciada pelos ataques e conflitos que marcaram o processo de reintegração de posse da Aldeia Araticum, em 2015.

Ela faz parte da juventude indígena que escolheu a comunicação para atuar e tem sido uma das vozes mais influentes nesse movimento, sendo considerada uma jovem liderança

Como ativista pelo clima, jornalista e influenciadora, tem contribuído para ampliar a consciência dos brasileiros e do mundo a cerca das ameaças sofridas pelos povos indígenas diariamente com a invasão de suas terras, com o governo Bolsonaro

Ela “questiona a visão colonial sobre as comunidades indígenas”, também denunciando o assassinato de ativistas ambientais no país, entre eles, muitos indígenas.

É colaboradora do site Colabora e produtora de conteúdo no YouTube, onde mantém o canal que batizou de Nuhé, seu nome indígena (na língua-Patxôhã).

Em maio deste ano, Alice e Txai Suruí, outra jovem liderança indígena de destaque, receberam o prêmio ‘Faz Diferença’ – que reconhece brasileiros inspiradores -, devido a suas participações na conferência climática da ONU, em novembro de 2021.

Na COP 26, em Glasgow, Escócia, as duas atraíram a atenção do mundo para a realidade dos povos indígenas e a urgência de incluí-los nos debates sociais, ambientais e climáticos, pois são os verdadeiros guardiões da floresta. Txai discursou na Cúpula dos Líderes e, assim, a primeira indígena a falar na abertura de uma conferência de clima da ONU.  

Alice foi uma das escolhidas da BBC que também recebeu indicação de uma participante de prêmios anteriores. A ativista paquistanesa Malala Yousafzai, selecionada de 2021, declarou:

“Tenho tanto orgulho em indicar a Alice Pataxó para a BBC 100 Women deste ano! Seu compromisso inabalável na luta que envolve mudanças climáticas, equidade de gênero e direitos indígenas me dá esperança de que um mundo mais igualitário e sustentável está ao nosso alcance”.

Erika Hilton

Ativista contra o racismo, a favor dos direitos humanos e da comunidade LGBTQ+, ainda adolescente Erika foi expulsa de casa pela família e morou nas ruas de Franco da Rocha, onde nasceu. Mas logo conseguiu dar uma guinada em sua vida e entrar na universidade para estudar política, sua vocação.

Mudou-se para São Paulo, filiou-se ao PSOL e, a partir de 2018, participou do mandato coletivo encabeçado por Mônica Seixas. Em 2020, tornou-se a primeira vereadora transgênero eleita por São Paulo, tendo sido a mais votada do país para o cargo. 

É de sua autoria o projeto de lei aprovado na Assembleia Legislativa, que resultou na criação de um fundo municipal para combater a fome na maior cidade brasileira.

Em 2021, ao lado de Margareth Menezes (Ministra da Cultura do governo Lula), Lázaro Ramos, Taís Araújo e Gil do Vigor, entre outros brasileiros, integrou a lista dos 100 afrodescendentes mais influentes no mundo, relacionada à Década Internacional de Afrodescendentes instituída pela ONU até 2024.

Este ano, Erika foi eleita deputada federal, sendo a primeira mulher trans negra a ocupar uma cadeira no Congresso Nacional

À BBC, ela declarou: “Nossa luta é por direitos iguais, salários iguais e o fim da violência de gênero contra quem quer que seja, pretos, latinos, brancos, pobres, ricos, cis ou transgêneros”.

Simone Tebet

Professora de Direito por mais de uma década, Simone foi eleita deputada estadual em 2002 e prefeita de sua cidade natal, Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul, por dois mandatos consecutivos. 

Em 2014, chegou ao Senado Federal com mais de 52% dos votos válidos em seu Estado. Foi a primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição e Justiça do Senado, considerada a mais importante da casa, onde também presidiu a Comissão Permanente Mista de Combate à Violência Contra a Mulher. Este ano, disputou a eleição presidencial, ficando em terceiro lugar.

Sobre sua visão de mundo, ela declarou à BBC: “Todo mundo precisa saber que o futuro é feminino, e que o lugar de uma mulher é onde ela quiser estar”. 

Aqui, destaquei apenas as brasileiras, mas vale muito ler todos os perfis publicados no site do prêmio.

Fotos: reproduções do Instagram

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