O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou na terça-feira (27/06) a detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP – H5N1) em um ganso. É o primeiro registro de gripe aviária no Brasil em aves domésticas, ou de criação de subsistência, para o próprio consumo. Na propriedade no município da Serra, no Espírito Santo, também havia criação de patos, marrecos e galinhas.
“As medidas sanitárias estão sendo aplicadas para contenção e erradicação do foco de IAAP, bem como estão sendo intensificadas as ações de vigilância em populações de aves domésticas na região relacionada ao foco. A depender da evolução das investigações e do cenário epidemiológico, novas medidas poderão ser adotadas pelo Mapa e pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (IDAF) para evitar a disseminação do vírus e proteger a avicultura nacional”, declarou em nota o ministério.
Atualmente já são 51 focos da doença no Brasil. Cada foco é uma unidade epidemiológica na qual foi confirmado pelo menos um caso de gripe aviária.
Além do Espírito Santo, já foram encontradas aves contaminadas, mortas ou doentes, no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e há poucos dias, no litoral do Paraná (leia mais aqui).
A nota do Ministério da Agricultura ressalta que o Brasil ainda não enfrenta restrições comerciais internacionais por causa da gripe aviária. Até agora não há nenhum registro de aves doentes em criação comercial.
Apesar disso, e embora o Espírito Santo não comercialize aves com o Japão, o governo do país asiático suspendeu temporariamente a compra desse tipo de carne produzida no estado.
A gripe aviária
O vírus H5N1, que provoca a gripe aviária, é altamente contagioso. Poucos dias após a contaminação, os sintomas já ficam visíveis, como paralisia e inchaço de partes do corpo, e vários órgãos param de funcionar. O sistema neurológico é comprometido e os animais começam a apresentar tremores. A taxa de mortalidade chega a 90%.
Em maio o governo federal declarou emergência zoossanitária no país e criou um Centro de Operações de Emergência para coordenar ações nacionais, envolvendo os ministérios da Agricultura e Pecuária, do Meio Ambiente e da Saúde.
No começo de junho uma medida provisória publicada no Diário Oficial da União abriu crédito extraordinário de R$ 200 milhões em favor do Ministério da Agricultura e Pecuária. Os recursos serão aplicados nas ações de enfrentamento à doença.
Desde 15 de maio, somente aves silvestres tinham sido infectadas no país. Entre as espécies contaminadas estavam trinta-réis-boreal, corujinha-do-mato, cisne-de-pescoço-preto, gaivota-de-cabeça-cinza, fragata) e biguá.
As aves migratórias, principalmente as aquáticas, são apontadas como as principais responsáveis pela transmissão da gripe aviária.
Recomendações à população
– Apesar de rara, pode haver a transmissão da influenza aviária para o homem, por meio do contato direto com aves doentes ou mortas ou ainda por água e objetos contaminados;
– Não toque ou recolha aves suspeitas, doentes ou mortas;
– Apesar de rara, pode haver a transmissão da influenza aviária para o homem, por meio do contato direto com aves doentes ou mortas ou ainda por água e objetos contaminados;
– O Brasil continua livre de influenza aviária na criação comercial e mantém seu status de livre de influenza aviária, exportando seus produtos para consumo de forma segura. O consumo de carne e ovos se mantém seguro no país;
– Se notar uma ave com sintomas como tremor, andar cambaleante ou dificuldade respiratória, comunique às autoridades ambientais de sua cidade ou o Serviço Veterinário Oficial, por meio dos contatos disponíveis aqui e/ou pelo e-Sisbravet.
Orientações a produtores
- Intensificar as medidas de biosseguridade
- Proibir terminantemente qualquer tipo de visita às unidades de produção
- Conferir cercamento de núcleo e telamento de galpão
- Manter o portão de acesso da propriedade fechado
- Desinfecção de veículos em pleno funcionamento
- Desinfecção de materiais que acessem a granja
- Uso de roupas e calçados exclusivos no acesso à granja
- Pedilúvio no acesso aos núcleos e aos galpões
- Realização de vazio sanitário
- Cuidados com a ração
- Cuidados com a água (fonte de qualidade, tratamento, reservatórios íntegros e cobertos)
- Controle de pragas
- Treinamento de equipe
- Restringir criação de aves pelos funcionários
- Evitar visitas em locais com aves silvestres
- Ausência de outras aves na propriedade
- Se participou de evento relacionado ao setor, cumprir vazio sanitário de 72 horas
- Se participou de outro tipo troca de roupas e cumprir os protocolos de biosseguridade
- Entre outras ações, reforçando todas as medidas adotadas, conforme aInstrução Normativa do MAPA nº 56/2007.
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