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Já pra fora!

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Ser criança, hoje, é bem diferente do que na época de nossos pais ou avós. E essa diferença se intensifica a cada ano. Ser criança, hoje, não é natural. É o que mostra o vídeo abaixo, que tem circulado pelas redes sociais nas últimas semanas e retrata essa transformação de forma muito didática. Três gerações respondem à pergunta: O que você faz (ou fazia) para se divertir na infância?

Assista ao vídeo abaixo (com legendas em português) e depois nos acompanhe em nossas reflexões:

Quando assistimos esse documentário, pela primeira vez, e ouvimos as respostas das crianças sobre sua forma de se divertir – sentadas e conectadas ao mundo virtual apenas -, ficamos bastante preocupadas. O sentimento dos pais e dos avós, que também participaram deste vídeo, é o mesmo. Este é o mundo em que a maioria das crianças está crescendo: um ambiente em que o tempo e o espaço valorizam a tecnologia em detrimento da vivência e da convivência.

Pensar nas gerações que estão por vir, assusta ainda mais, mas é, ao mesmo tempo, um convite para a transformação dessa realidade. Há algo fundamental para o pleno desenvolvimento dessas crianças que lhes está sento tirado ou não está sendo apresentado. Brincar ao ar livre.

E como oferecer-lhes tudo de que precisam em cada etapa de sua vida?

Nosso convite, aqui, é para que pais e educadores tirem as crianças de casa para que elas ocupem os espaços públicos, parques, praças, jardins e deixem que a infância ocupe seus territórios, para que:
– brinquem livres e criem seus próprios brinquedos;
– aprendam a andar em terrenos irregulares, exercitando seus corpos a partir dos diferentes desafios que os espaços naturais oferecem;
– cresçam percebendo o mundo a partir de seu próprio corpo, de seus sentidos, que ficam muito aguçados quando em contato com a natureza.
– tirem suas próprias conclusões sobre o mundo em que vivem enquanto brincam com folhas, cascas, pedras, água, terra e gravetos.

Sem isso, sua experiência será exclusivamente racional, que não deixa espaço/tempo para o desenvolvimento de outros atributos próprios do ser humano.

Poucos sabem, mas, só na cidade de São Paulo, existem mais de 100 parques municipais espalhados por todas as regiões. Ibirapuera, Aclimação, Villa Lobos e do Carmo estão na lista dos mais conhecidos. Mas tem algum paulista ou paulistano que conhece, pelo menos, metade deles? E você, que mora no Rio, na Bahia, no Mato Grosso, em Goiás, no Norte ou no Sul do Brasil? Com certeza, ainda falta conhecer e explorar a natureza de muito parque em sua cidade, não?

Nós, do blog (e programa) Ser Criança é Natural, temos um grande desejo de conhecer todos os parques da nossa cidade. Para isso, realizamos encontros mensais nos quais ocupamos um parque novo por vez. E organizamos as vivências de forma a criar momentos preciosos de experiências e descobertas para as famílias conheçam e identifiquem os espaços verdes próximos de suas casas, para que as crianças brinquem com a natureza e os adultos se deixem envolver por esse encanto.

Nesses encontros, os adultos aprendem a observar e a respeitar o tempo das crianças. Não o tempo físico, o do relógio, mas o tempo interno, que permite olhar e perceber as coisas com foco e profundidade. As crianças, por mais que já estejam imersas no mundo das telas, sabem que tempo é esse e como se divertir com ele. É só resgatar essa sensação.

Todo encontro nos traz um sentimento de entusiasmo e o desejo de que mais e mais crianças possam brincar ao ar livre só aumenta. Como também o desejo de que os adultos reconheçam a importância desses momentos para a saúde física e emocional dos pequenos.

Essa “revolução” começa aos poucos, quebrando a rotina e experimentando novos hábitos. Que tal uma hora por dia do lado de fora, buscando os elementos divertidos e inspiradores? Brincar ao ar livre e com os elementos naturais ajuda a evitar ou diminuir os sintomas do TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), enfermidade tão comum (e identificada) nos dias de hoje. E você, pai ou educador, poderá observar rápidas mudanças nas crianças: elas se tornam mais ativas, mais expressivas, com a percepção mais aguçada, mais interessadas no aprendizado, e interagem com os amigos e com os adultos de forma mais harmoniosa.

Então, voltemos ao vídeo do início deste post para refletir:

Que resposta gostaríamos de ouvir das nossas crianças, ao perguntar sobre suas brincadeiras favoritas?

Procure criar uma imagem do que você considera ideal para suas crianças. A força dessa imagem certamente o ajudará a resgatar a infância de seu filho (ou aluno) para que ela retome o espaço e o tempo perdido, ao qual tem direito.

Fotos: Renata Stort

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