Os inquéritos sendo realizados pela Polícia Civil e a Delegacia do Meio Ambiente do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) sobre a morte de dezenas de animais em duas lojas da Cobasi, em Porto Alegre, vítimas das inundações nos locais, ainda não foram finalizados, mas na segunda-feira (10/06) foi confirmado que o número de bichos que perderam a vida chegou a 170.
Os animais foram deixados para trás pelos funcionários das lojas da Avenida Brasil, no bairro São Geraldo, e do Praia de Belas Shopping, na capital gaúcha, no mês passado, quando o estado sofreu com chuvas e enchentes sem precedentes. Na primeira delas, muitos foram resgatados por uma organização de proteção animal que conseguiu entrar no petshop, mas na segunda loja, 38 roedores, peixes e aves já estavam mortos quando uma equipe do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) fiscalizou o local dias depois.
Durante a investigação do caso, funcionários da Cobasi situada dentro do shopping admitiram que tiveram tempo de salvar os equipamentos eletrônicos do local. Entretanto, em nota, a empresa afirma que é inverídica a informação de que computadores foram salvos “em detrimento de vidas”. Ela diz que a loja precisou ser evacuada de forma emergencial no dia 3 de maio, por ordem das autoridades, e não se sabia que o retorno poderia demorar tanto tempo.
“Fica claro que a loja não tinha um plano de ação”, afirmou Samieh Saleh, delegada da Deic.
Há poucas semanas, a Defensoria Pública do Rio Grande do Sul ajuizou uma ação pedindo uma indenização de R$ 50 milhões à Cobasi por causa da morte dos animais. A empresa está sendo cobrada por “danos ambientais, à saúde pública, psicológicos à coletividade atingida”.
“Fica evidente que a requerida teve cinco dias para tirar os animais de forma segura. Porém, mesmo observando o nível da água subir, nada fez. Nenhuma testemunha menciona ter visto algum funcionário da loja ir até o local conferir os animais, sequer para ver se tinham comida e água”, declarou João Otávio Carmona Paz, defensor público dirigente do Núcleo de Defesa Ambiental da DPE, que assina a ação.
Em resposta ao valor proposto como indenização, a Cobasi comentou que o valor é absurdo.
“Infelizmente a notícia de que a Defensoria Pública ajuizou ação pretendendo absurda indenização de R$ 50 milhões reflete o uso açodado e leviano do direito de petição, no caso exercido à margem da correta apuração dos fatos. A Cobasi, como quase todo o Estado do RS foi surpreendida e vem suportando as consequências de uma tragédia natural de proporções imprevisíveis e catastróficas, que vitimou famílias, empresas, comércios e animais”, diz comunicado emitido pela empresa.
Além da indenização defendida pela defensoria do estado, o Ministério Público do Rio Grande do Sul deu um parecer favorável à proibição da venda de animais pela Cobasi em Porto Alegre, após uma ação movida pelo Instituto AmePatas e pelo deputado federal Célio Studart (CE), integrante da Frente Parlamentar em Defesa dos Animais da Câmara dos Deputados.
Os 38 animais encontrados mortos na loja da Cobasi no Praia de Belas Shopping
Foto: divulgação Polícia Civil
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Foto de abertura: divulgação Ibama