Diante da pandemia de coronavírus, que já contaminou mais de 1 milhão de pessoas no mundo e provocou a morte de quase 53 mil, até este momento, a cidade de Shenzhen, na China, baniu o consumo de carne de cães e gatos, um hábito milenar naquele país e em alguns outros lugares da Ásia.
A lei entra em vigor a partir de 1o de maio. Aqueles que infringirem a nova determinação serão multados.
“Como animais de estimação, cães e gatos estabeleceram uma relação muito mais próxima com os seres humanos do que todos os outros bichos e proibir seu consumo é uma prática comum em países desenvolvidos e em Hong Kong e Taiwan”, disse a prefeitura da cidade, em um comunicado.
Shenzhen é um centro de tecnologia, ao sul da China, e possui cerca de 12 milhões de habitantes.
No final de fevereiro, quando o surto do coronavírus já tinha atingido seu ápice em Wuhan, na província de Hubei, o governo chinês decidiu proibir o consumo de animais selvagens. A decisão incluiu a caça, o comércio, o transporte e o consumo de todos os animais selvagens terrestres, criados em cativeiro ou capturados, como burros, morcegos, veados e pangolins.
Infelizmente, perante a pandemia global, a medida foi tomada tarde demais.
Alguns especialistas suspeitam, mas não há confirmação científica ainda, que o COVID-19 pode ter sido transmitido de animais para humanos. Os primeiros casos da doença começaram justamente com pessoas que frequentavam um mercado em Wuhan, onde eram vendidos animais vivos.
O mais triste e revoltante é que, em 2017, cientistas alertaram que o consumo de animais exóticos era uma “bomba relógio” porque o morcego é um reservatório de vírus SARS-Cov. Inicialmente seu “habitat” são animais, mas descobriu-se que esse vírus também infecta humanos. Em 2013, uma epidemia de SARS, que começou em Guanddong, na China, afetou 26 países e resultou em mais de 8 mil casos.
O novo coronavírus pertence à mesma família do SARS, e como os demais, afeta sobretudo as vias respiratórias.
*Com informações da Agência de Notícias Reuters e da CNN
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Foto: Natalie Ng on unsplash/creative commons
Estarrecedor o fato de alguns países do mundo consumirem a carne desses animais, considerados “de estimação ” para nós. Principalmente quando se revelam guias de cegos, terapeutas e sorristas, às vezes doando a propria vida para salvar humanos, nem sempre tão abnegados, altruístas e bons quanto eles. No entanto todas as outras espécies animais deveriam ser estimadas, compreendidas e respeitado o seu direito à vida, tão sagrado quanto o nosso. Quem sabe, pandemias cheguem, a fim de sinalizar a inadiável reflexão mundial para mudanças comportamentais em favor da ética, da evolução e do progresso humano, mas tomara entendamos a lição, sem que precisemos repeti-la, sofrendo tudo outra vez, até que aprendamos.