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Rede de ‘Armazéns do Campo’, do MST, ganha mais uma loja: em Juiz de Fora, Minas Gerais

Em 2016, quando o MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra inaugurou o primeiro Armazém do Campo, na cidade de São Paulo, a proposta de estreitar as relações entre os campesinos e campesinas que produzem alimento de qualidade e os consumidores me pareceu incrivelmente sagaz. Escrevi sobre isso aqui, no Conexão Planeta.

Além de proporcionar o acesso facilitado a alimento da agricultura familiar, a proposta traz junto cultura e a possibilidade de mudar a percepção que algumas pessoas têm sobre a organização, construída a partir de alguns pré-conceitos.

Tempos depois foram surgindo outros armazéns, localizados em capitais brasileiras como Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, mas também em cidades onde estão localizados assentamentos, ou próximas deles.

São espaços físicos onde a cidade e o campo se encontram. Esse é o caso de Juiz de Fora, na Zona da Mata Mineira, que inaugurou seu Armazém do Campo na primeira quinzena de janeiro deste ano.

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Estive presente ao evento de inauguração, que reuniu centenas de pessoas em torno do alimento bom e justo, produzido em assentamentos da região – Denis Gonçalves, em Goianá, e Olga Benário, em Visconde do Rio Branco – e por parceiros e cooperativas do MST espalhados pelo país.

Na loja localizada no térreo de um prédio em uma das áreas que mais guarda, em sua arquitetura, memórias de outras épocas da cidade (a Praça da Estação), é possível encontrar produtos variados como compotas, conservas, café, aguardente, licores, embutidos, além, é claro, de legumes e verduras in natura. Uma riqueza que demonstra claramente a versatilidade e a diversidade da produção campesina.

No andar de cima, uma galeria de arte, uma cozinha e uma grande e versátil área, que pode servir para a realização de eventos, reuniões ou, mesmo, para promover refeições e encontros, como o que aconteceu na inauguração.

Agricultoras e agricultores dos assentamentos da região circulavam e conversavam com os visitantes, preparavam alimento e nutriam a todos e todas com informações e com os produtos do modelo produtivo agroecológico e de reorganização do uso da terra.

Foto: Mônica Ribeiro

Uma rede em crescimento constante

Já são mais de 30 Armazéns do Campo desde a inauguração do primeiro, em 2016. Há lojas em 14 estados e no Distrito Federal, e a previsão dessa rede é crescer.

Em Minas Gerais, há lojas físicas espalhadas por diversas regiões do estado. Além de Juiz de Fora, há Armazéns do Campo em Teófilo Otoni, Uberlândia, Almenara, Montes Claros e Belo Horizonte.

Durante a inauguração da loja em Juiz de Fora, muitas pessoas entravam e saíam da loja para espiar os produtos e o clima. Passaram pelo ponto cerca de 500 pessoas, misto de celebração, encontro e curiosidade.

Proporcionar o encontro do campo com a cidade, compartilhar alimento bom e justo, agroecológico, cultivado por famílias em assentamentos do MST, além de disseminar cultura e promover reflexões sobre o modelo agrário brasileiro e o uso da terra são algumas das reais possibilidades trazidas pela rede de Armazéns do Campo.

Edição: Mônica Nunes

Foto: Armazém do Campo JF/divulgação

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