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Que criança você foi?

Quando você era criança com certeza teve que responder inúmeras vezes a pergunta: O que você quer ser quando crescer? Os adultos têm sempre uma ansiedade muito grande pelo futuro das crianças, pelo que está para vir a ser. Quando alguém faz esta pergunta, está ignorando tudo o que cada um já é. Tudo o que a criança já vive e experimenta. Pra nós, melhor seria perguntar: Que criança você é?. Mas, agora, aqui no blog, vamos inverter a pergunta: você sabe nos contar que criança você foi?.

Certamente, as memórias que vêm à sua mente não estão relacionadas a dias em frente a TV e, se estão, isso é raro. É bem provável que estas lembranças revelem momentos com os amigos, brincadeiras ao ar livre, natureza… Isso acontece porque esse tipo de experiência na infância fica marcada para a vida toda, influencia diretamente a maneira como os adultos se relacionam com o mundo.

Eu, Ana Carol adulta, quando penso na minha rotina com as crianças e no mundo que apresento pra elas diariamente, vejo muito da Ana Carol criança. Penso no encanto, na descoberta, na sensação de fazer ou ver algo pela primeira vez. É, sem sombra de dúvida, fundamental para o encanto do meu olhar sobre os fazeres e gestos das crianças.

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Eu, Rita adulta, percebo a criança que fui quando me encanto com os detalhes das plantas, quando deixo minha imaginação se movimentar com os movimentos das nuvens, ou quando sinto meu espaço crescer ao ouvir o canto dos pássaros.

Essas reflexões nos levam também a perguntar o que os nossos corpos de adulto têm experimentado. Que experiências seu corpo tem vivido? De que formas ele está disponível para o mundo?

Ter as memórias da infância vivas é fundamental para nos mantermos mais despertos. E, para que as crianças de hoje tenham oportunidades de criar suas próprias memórias, precisam de uma infância em que o brincar livre e com a natureza inspire seus corpos e almas.

Tanto adultos como crianças precisam alimentar seus arquivos de memórias com suas experiências atuais. Quem prefere viver a vida como espectador em lugar de experienciá-la com toda sua intensidade? Ser Criança é sempre a melhor opção, até pra quem já cresceu.

Foto: Fabi Lopes

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