A imagem acima é simplesmente revoltante. Mais de 1.400 filhotes de jabutis estavam sendo transportados dentro de sacos de nylon. Os bichos, apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal esta semana, em Leopoldina, Minas Gerais, estavam amontodados, em meio a fezes. Quarenta e cinco jabutis estavam mortos.
Além dos jabutis, havia ainda cardeais e calopsitas. Todos foram encaminhados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) de Minas Gerais e lá receberam os devidos cuidados.
“Os animais foram aquecidos para manter a sua temperatura corporal, alimentados e hidratados de modo a garantir a sua sobrevivência. Eles passarão por um processo de reabilitação e melhoria das condições de saúde para posteriormente serem destinados”, relatou a equipe do CETAS, em sua página no Facebook.
Os filhotes dentro de sacos plásticos
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, cada filhote de jabuti chega a ser vendido no mercado ilegal pela internet por aproximadamente R$600, além do frete. Com isso, os animais resgatados poderiam gerar R$ 860 mil para os traficantes.
Os três criminosos que estavam com os animais já tinham sido autuados anteriormente na Bahia. Eles foram presos e levados para a delegacia da Polícia Civil em Leopoldina.
Desde o início da pandemia de COVID-19, no mundo inteiro cresceu ainda mais um movimento de alerta sobre a necessidade de se dar um basta urgente ao tráfico de animais silvestres.
Recentemente escrevemos aqui sobre o relatório de uma agência da ONU – “Criminalidade da Vida Selvagem” -, que enfatiza que as doenças zoonóticas representam 75% de todas as infecções emergentes no mundo e que as espécies traficadas para consumo humano escapam a qualquer controle sanitário. De acordo com o estudo, o tráfico aumenta a ameaça de novas pandemias e a expansão para comércio digital impõe risco ainda maior à humanidade.
Aves resgatadas durante a apreensão em Minas Gerais
No Brasil, vimos também há pouco tempo o caso do estudante de medicina veterinária de Brasília que foi picado por uma serpente naja, espécie exótica originária da Ásia, e que chegou ao país ilegalmente. O acidente acabou expondo uma rede de tráfico de cobras que atuava no Distrito Federal e agora está sendo investigada.
Siga a recomendação do CETAS mineiro:
“Não compre animal ilegal! O tráfico é cruel! Não faça parte dessa rede!”
Denuncie qualquer tipo de maus-tratos a animais e comércio ilegal pela Linha verde do Ibama 0800 61 8080
Os pequenos jabutis sendo aquecidos nas dependências do CETAS
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Não esqueçamos a origem do coronavírus: parem o tráfico e consumo de animais silvestres imediatamente!
Fotos: reprodução Facebook CETAS MG