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‘Deslocamento Criativo’: refugiados movimentam a economia criativa em São Paulo

Gastronomia, moda, cultura, línguas, arte e artesanato são áreas em São Paulo nas quais a atuação de refugiados tem se destacado. É esse o ponto do projeto Deslocamento Criativo – conectando refugiados à economia criativa, que traz um retrato da atuação dessas pessoas na área da economia criativa na cidade.

Não há dados oficiais atualizados e unificados sobre a presença de refugiados em São Paulo e sua contribuição à economia da cidade. O projeto vem ajudar a desenhar esse mapa por meio de levantamento de dados quantitativos e entrevistas com migrantes e com instituições que atuam com esse público. E busca também influenciar a formulação de políticas públicas voltadas aos refugiados.

Desenvolvido com o apoio do Programa de Ação Cultural (ProAC) e outras parcerias, o projeto começou com uma pesquisa para mapear essa atuação. Os dados foram reunidos numa plataforma, cujo principal objetivo é ser fonte de referência para quem deseja conhecer e/ou contratar esses trabalhos desenvolvidos por pessoas em situação de refúgio que atuam na capital paulista, vindas do Oriente Médio e da África (Síria, Palestina, República Democrática do Congo, Angola e Senegal).

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Além das trocas culturais, os refugiados também geram renda para o município, favorecem a inclusão no mercado criativo e são fonte de referência na identificação de serviços e trocas nessa área. De acordo com a pesquisa, São Paulo é hoje o segundo principal destino dos refugiados que chegam ao país.

Mapa de negócios 

Na plataforma Deslocamento Criativo é possível acessar a pesquisa e também um mapa dos negócios das pessoas em situação de refúgio na cidade. A atuação em economia criativa é uma maneira de se inserir econômica e culturalmente no Brasil.

A pesquisa revela que, para alguns entrevistados, o impulso empreendedor é mais característico de seu perfil, como no caso dos sírios, que mencionam que a ideia de abrir o próprio negócio é parte integrante de sua cultura, sendo incentivados desde jovens a isso. Já no caso de outros povos, como os congoleses, por exemplo, o impulso de buscar um trabalho fixo tende a ser mais forte, e o estímulo para empreender é mais novo. Para vários refugiados, a atuação em economia criativa não é uma área em que já atuavam anteriormente.

A maioria dos negócios mapeados pela pesquisa estão na área de gastronomia, onde se destacam alguns estabelecimentos já conhecidos do público em geral – como o Al Janiah e o Congolinária (na foto de destaque deste post), que foram destaque na mídia – e muitos outros que oferecem comida angolana, árabe, congolesa e síria.

Na área de moda, destacam-se negócios de moda africana, estúdios de cabelo, maquiagem e estilismo. Em línguas e cultura, cursos dos idiomas inglês e francês, e de muitas outras línguas, além de negócios em mídia, cinema e cultura africana. Em arte e artesanato, encontramos aulas de dança, canto, músicos, bandas, artistas plásticos e artesanato diversificado.

Embora o aspecto cultural agregue valor aos serviços e produtos, também afunila o público consumidor, dependendo de um nicho de interessados em consumir determinado tipo de comida ou em ouvir música e vestir roupas árabes e africanas, por exemplo. E esses empreendedores geralmente não miram apenas o público imigrante, mas também os brasileiros. A divulgação dos serviços é uma grande necessidade, e a plataforma pode ajudar nisso.

O lançamento do projeto Deslocamento Criativo, que apresenta os resultados do mapeamento de oportunidades e desafios, acontecerá em 14/07, na Casa das Rosas (Av. Paulista, 37), das 15h às 21h. Serão promovidas palestras, rodas de conversa, apresentações culturais, sarau e uma feira de produtos elaborados por refugiados.

Acompanhe o projeto em sua página no Facebook.

Foto: Divulgação Congolinária 

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