Tovomita cornuta. Este é o curioso nome científico dado à nova espécie de planta descoberta em florestas no noroeste da região amazônica. Ela é uma árvore de pequeno porte, mas que tem como principal característica o formato de seus frutos, que apresentam pequenas protuberâncias semelhantes a cornos, daí o “cornuta”.
A planta, descrita em um artigo divulgado na publicação Acta Botanica Brasilica, foi encontrada durante pesquisas de campo por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) em áreas de Manaus e nos municípios vizinhos de Presidente Figueiredo e São Sebastião do Uatumã.
Todavia, apesar da boa notícia, ela é acompanhada de um alerta. A Tovomita cornuta já está em risco de extinção.
“Devido à alta diversidade, à grande extensão territorial e aos diversos grupos taxonômicos, a descoberta de novas espécies na Amazônia acontece principalmente quando se realizam trabalhos de coleta de campo de longa duração. Nessa descoberta da espécie Tovomita cornuta, identificamos que seu status de conservação já é ameaçada de extinção devido às pressões sobre sua área de ocorrência, que sofre com a expansão urbana não planejada, o desmatamento da mata, a extração de areia para a construção civil e a consequente perda de habitat”, revela Layon Oreste Demarchi, autor principal do artigo.
As florestas em que a planta é observada são chamadas de campinaranas, um tipo de vegetação que se desenvolve sobre solos arenosos, extremamente pobres em nutrientes, em geral localizados próximos a cursos de água.
A planta com os frutos ainda fechados, que quando abrem, são laranjas,
como na foto que abre este post
A Amazônia é um dos maiores hotspots de biodiversidade do planeta. Na maior floresta tropical do mundo são encontradas, por ano, inúmeras novas espécies de plantas e animais, como a até então desconhecida Tovomita cornuta.
“Ainda existem muitas plantas não descobertas na Amazônia e a única maneira de identificarmos e conhecermos mais da nossa flora é por meio da pesquisa de campo intensiva e de estudos taxonômicos detalhados. Deste ponto de vista, a pesquisa ecológica de longo prazo é uma opção de investimento adequada. A descoberta de T. cornuta é um exemplo da relevância do trabalho de campo e destaca como estudos ecológicos e taxonômicos podem interagir para revelar a biodiversidade amazônica”, ressalta o pesquisador.
*Com informações da Agência Bori
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Fotos: divulgação pesquisadores/Layon Oreste Demarchi
