PUBLICIDADE

Com quase 1 ano, Apoena está mais perto de se tornar primeira onça nascida em cativeiro a ser solta na natureza

Apoena está mais perto de se tornar primeira onça nascida em cativeiro a ser solta na natureza

No dia 3 de março de 2022 Apoena chegou ao mundo para dar um novo rumo a uma história trágica. Esse macho de onça-pintada é filho de Amanaci, que se tornou um símbolo dos incêndios florestais que destruíram o Pantanal em 2020. Ela foi resgatada com as patas queimadas e apesar do tratamento que recebeu, nunca mais poderá voltar à vida selvagem.

Amanaci foi acolhida pela equipe do Instituto NEX No Extinction, em Corumbá do Goiás, entidade que recebe e cuida de felinos resgatados. Desde que recebeu alta, ela vive num recinto construído especialmente para ela (saiba mais aqui).

Apoena é resultado do acasalamento entre Amanaci e Guarani, um macho também resgatado, ainda recém-nascido, na mata de uma fazenda no Pantanal, muito fraco, desnutrido e desidratado. Acredita-se que a mãe tenha sido morta por caçadores.

Desde o seu nascimento, o objetivo da equipe do NEX é que Apoena seja introduzido na vida selvagem. Por isso, os profissionais sempre se mantiveram distantes dele para que ele não criasse vínculos com os seres humanos.

PUBLICIDADE

No meio do ano passado, mãe e filhote foram transferidos para um recinto de 500 m2, com um lago grande, gruta, troncos e no meio de uma mata. Agora, prestes a completar 1 ano, Apoena está pronto para seguir para uma nova etapa que culminará na futura soltura no Pantanal.

Recentemente o animal foi anestesiado e passou por uma bateria de exames completa. “Realizamos um check-up e o bichão está super saudável”, contou Daniela Gianni, coordenadora de projetos e atividades do NEX ao Conexão Planeta.

Agora ele já está pronto para ser transferido para um novo recinto, de 1000 m2, que pertence ao Onçafari, parceiro que participará da última fase do projeto de reintrodução. Lá Apoena aprenderá a viver sozinho e caçar seu próprio alimento.

O Onçafari foi o responsável por fazer a primeira reintrodução no mundo de uma onça-pintada na vida selvagem. Na verdade, duas, as irmãs Fera e Isa, que ficaram órfãs após a morte da mãe (leia sobre esta outra história nesta reportagem).

A expectativa é que Apoena siga para seu novo e temporário lar já em março. E aí, ele precisará ser separado de Amanaci. “Ele precisa ser separado da mãe e removido para outro local. Se ficar ali, terá o cheiro e as lembranças dela. Pode acabar deprimindo. Tem que ser separado e ir embora, tudo de uma vez. Assim, terá outras distrações: cheiros, rotina, ambiente novos”, explica Daniela.

Para a equipe do NEX, o momento da despedida também se aproxima.

“Impossível não se emocionar estando ao lado dele. Ver ele nascer aqui com o objetivo de ser livre um dia, ver ele crescer saudável e apto para a segunda fase do processo de soltura, enche o peito de alegria, orgulho e esperança! Além de resgatar, reabilitar, reintroduzir e abrigar estes animais, esta é a melhor parte do nosso trabalho: ter a chance de poder fazer com que esses animais vivam livres! O Apoena será a primeira onça nascida em cativeiro com esse propósito (ser livre)! A nossa responsabilidade é enorme, mas a certeza de que o lugar deles é na natureza, é maior! Falta pouco!”, compartilhou o instituto em suas redes sociais.

Agora é só aguardar pelas “cenas dos próximos capítulos”, sempre na torcida forte por Apoena. Em tupi-guarani, seu nome significa “aquele que enxerga longe”.

Apoena está mais perto de se tornar primeira onça nascida em cativeiro a ser solta na natureza

Amanaci e Apoena em outubro do ano passado

*Quem quiser ajudar o lindo trabalho do NEX No Extinction pode fazer doações através da conta abaixo:
Instituto de Preservação
CNPJ: 04.567.090/0001-58 (PIX)
Banco do Brasil
Agência: 3413-4
Conta Corrente: 11689-0

Leia também:
Xamã, resgatado sozinho com apenas dois meses, será o primeiro macho de onça-pintada a ser reintroduzido na Amazônia
Em novo registro, Ousado se mostra forte e saudável, um ano após tragédia da qual ele se tornou símbolo no Pantanal
Nove meses após voltar ao Pantanal, Ousado, onça-pintada com patas queimadas pelos incêndios, é visto acasalando
Ao aliar ecoturismo e pesquisa científica, o Onçafari trabalha pela preservação do maior felino das Américas

Foto de abertura: Instituto NEX

 

Comentários
guest

1 Comentário
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Oidyl
Oidyl
1 ano atrás

Vcs trataram esse belo animal com muita dedicação , símbolo da fauna brasileira e agora vão solta lo na mata , que pena , será presa fácil para um idiota qualquer dar um tiro bem no meio da cabeça dessa onça e ainda ficar impune perante essa droga das leis brasileira. Que pena.

Notícias Relacionadas
Sobre o autor