Nove meses após voltar ao Pantanal, Ousado, onça-pintada com patas queimadas pelos incêndios, é visto acasalando

Nove meses após voltar ao Pantanal, Ousado, onça-pintada com patas queimadas pelos incêndios, é visto acasalando

A gente não se cansa de acompanhar o Ousado. Ainda mais quando é pra trazer notícias tão boas dele. Como já contei aqui no Conexão Planeta outras vezes, esse macho de onça-pintada se tornou um dos símbolos da tragédia que aconteceu no Pantanal em 2020, quando quase 30% do bioma foi destruído por incêndios florestais. Em setembro do ano passado, ele foi encontrado no Parque Estadual Encontro das Águas, próximo a Porto Jofre, no Mato Grosso, pela equipe de resgate de fauna da organização Ampara Silvestre.

Ousado tinha queimaduras de segundo grau nas patas. Com a ajuda de entidades parceiras, ele foi levado para o Instituto de Preservação e Defesa dos Felídeos da Fauna Silvestre do Brasil em Processo de Extinção (Nex), em Corumbá do Goiás. Depois de mais de 20 dias de tratamento, ele recebeu alta em outubro, como mostramos nesta outra reportagem. Pouco depois, finalmente, levado de volta ao Pantanal e recebeu um colar GPS para poder ser monitorado.

E na semana passada, o fotógrafo Ailton Lara fez vários registros de Ousado, em que ele aparece forte e saudável. Uma dessas imagens, que reproduzimos aqui na abertura deste post, estão entre as divulgadas pela Ampara Silvestre em suas redes sociais. Já no sábado, 24/07, a organização divulgou o vídeo, mais abaixo, em que o macho aparece junto com uma fêmea, acasalando:

“Imagens que nos trazem esperança. A equipe da Ampara Silvestre avistou na tarde de ontem o macho Ousado e sua parceira em momentos de acasalamento…

Durante esses 9 meses de monitoramento, em parceria com a equipe da Panthera, pudemos observar sua reintrodução e adaptação, acompanhar seu desenvolvimento pós-tragédia, e nos enche de esperança concluir que ele está pronto para sua missão mais importante: perpetuar a espécie.

Esperamos, em breve, ter boas notícias de mais uma mamãe em vida livre para ampliar o número de indivíduos em nosso Pantanal”.

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Foto: Ailton Lara/divulgação Ampara Silvestre

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.