PUBLICIDADE

Ayní é a primeira onça do Brasil, nascida em cativeiro, que viverá em liberdade

Ayní é a primeira onça do Brasil, nascida em cativeiro, que viverá em liberdade

“Estamos em festa por aqui, comemorando mais essa conquista! A primeira onça do Brasil, nascida em cativeiro, que vai viver em liberdade!”, assim celebra Daniela Gianni, coordenadora de projetos e atividades do Instituto NEX No Extinction, que não consegue esconder a alegria.

A onça-pintada a qual Daniela se refere é Ayní, que nasceu no NEX, em junho de 2021. Ela é filha de Jaci, uma fêmea, resgatada sozinha, na Amazônia, ainda filhote, com uma fratura exposta na pata. Devido ao longo tratamento que precisou, acabou ficando no instituto, em Corumbá de Goiás, porque não teria mais condições de sobreviver na vida livre.

Desde que nasceu, assim como outros filhotes gerados no local, o objetivo final sempre foi a possível introdução de Ayní na natureza. E ao longo do tempo, ela foi demonstrando o perfil perfeito para tal: é bastante agressiva e não gosta de contato humano.

Por essa razão e a sua excelente condição de saúde, a jovem onça, com pouco mais de três anos, partiu nesta quarta-feira (26/03), do Brasil para a Argentina, uma viagem de carro, que deve durar 25 horas. Ela fará parte do projeto de reintrodução de onças-pintadas realizado pela Fundación Rewilding Argentina, no Parque Nacional de Iberá. Lá, por aproximadamente um ano, passará por um período de adaptação, em um grande recinto, até que seja decidido o momento certo para sua soltura.

PUBLICIDADE

Onças brasileiras na Argentina

Ayní não é a primeira onça brasileira a ser enviada para o projeto da Rewilding no país vizinho. “Juruna e Mariúa foram as primeiras fêmeas reintroduzidas em Iberá. Cresceram e foram treinadas aqui no NEX até serem levadas para a Argentina”, revela Daniela.

Juruna e a irmã Mariuá chegaram ao instituto, em 2017. Eram órfãs, pois a mãe havia sido morta por caçadores. As duas foram criadas em um ambiente isolado, com o mínimo de contato com humanos, justamente para que pudessem ser reintroduzidas no futuro. Dois anos depois, em 2019, elas foram enviadas para o programa argentino. Primeiro ficaram no centro de reintrodução, onde ambas geraram filhotes. E em 2021, foram enfim soltas no parque nacional, o maior do país.

Em 2024, após o acasalamento com Coli, um macho vindo do Refúgio Faro Moro, no Paraguai, Juruna, deu à luz a três novos filhotinhos, conforme contamos nessa outra reportagem.

Durante 70 anos não existia nenhum yaguareté, como é chamada a onça-pintada em espanhol, na região de Iberá, o parque nacional na província de Corrientes, ao norte da Argentina. A Panthera onca, maior espécie de felino das Américas e a terceira maior do mundo, tinha sido extinta localmente.

Em 2012 a Fundación Rewilding criou o Centro de Reintroducción de Yaguareté (CRY), na Isla San Alonso, no coração de Iberá, com a intenção de reproduzir a espécie em cativeiro e a soltura na vida selvagem. Desde então, graças à cooperação e parceria com as nações vizinhas, vários animais já foram introduzidos ali e a população vem mostrando um aumento gradual a cada ano.

A expectativa é que Ayní possa ajudar nessas estatísticas. Seu nome vem da língua indígena dos quíchuas, povo que habitava diversas áreas da América do Sul, antes do descobrimento do continente e cujos remanescentes formam grande parte da população do Equador e do Peru. E ele significa cooperação e solidariedade, assim como uma forma de viver baseada na reciprocidade e na ajuda mútua.

Ayní é a primeira onça do Brasil, nascida em cativeiro, que viverá em liberdade
A jovem fêmea será a primeira onça brasileira nascida em cativeiro a ganhar a liberdade
Foto: divulgação NEX No Extinction

Contribua para o trabalho do NEX

O NEX No Extinction é uma instituição que recebe e cuida de felinos resgatados e também, trabalha com a reprodução em cativeiro para possíveis reintroduções na vida livre. Assim como Jaci e Ayní, há outras diversas onças que vivem ali.

Para ajudar o trabalho do NEX, que é uma organização sem fins lucrativos e que depende de doações, você pode contribuir – qualquer valor é importante! – através do PIX 04 567 090 0001 58

Ayní é a primeira onça do Brasil, nascida em cativeiro, que viverá em liberdade
Ayní, antes de seguir viagem para a Argentina, onde encontrará seu novo lar
Foto: divulgação NEX No Extinction

————————–

Acompanhe o Conexão Planeta também pelo WhatsApp. Acesse este link, inscreva-se, ative o sininho e receba as novidades direto no celular

Leia também:
Rewilding na Argentina: o sucesso da restauração de ecossistemas com a reintrodução de animais, em belíssimo livro
Com trabalho pioneiro na reintrodução de onças-pintadas, Brasil se torna referência para outros países
Arandu e Jasy são os primeiros filhotes de onça-pintada a nascerem em vida livre, após 70 anos, em parque nacional na Argentina

Foto de abertura: divulgação NEX No Extinction

Comentários
guest

0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Notícias Relacionadas
Sobre o autor