Um lobo-guará no Parque da Cidade, em Brasília, uma onça-pintada em alguma trilha do Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, ou quem sabe, uma preguiça no Parque da Tijuca, no Rio de Janeiro. Ou mesmo, um tucano ou uma orquídea no quintal de casa. Muitas vezes os moradores de grandes centros urbanos não percebem que a natureza os rodeia e mesmo nas cidades, é possível observar a vida selvagem, milhares de espécies de plantas, fungos e animais.
Para estimular pessoas do mundo todo a registrarem a natureza nas cidades está sendo realizado o desafio global City Nature Challenge, uma iniciativa da Academia de Ciências da Califórnia com o Museu de História Natural de Los Angeles.
Este ano estão na maratona 485 cidades de 46 países, entre eles, o Brasil – aparecem no mapa global cadastradas Manaus, Belém, Salvador, Fortaleza, Recife, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Curitiba, dentre outras.
Qualquer pessoa pode participar. Basta baixar o aplicativo iNaturalist e fazer o upload das fotos registradas de bichos e plantas no local onde você mora.
O desafio começou na sexta-feira, 28/04 e termina hoje, segunda, 01/05. A partir de amanhã até o próximo domingo, 07/05, especialistas irão identificar as espécies observadas.
E na segunda, 08/05, serão anunciadas as cidades vencedoras, onde houve o maior número de registros de espécies.
Em 2022, o City Nature Challenge recebeu mais de 1,6 milhão de imagens. Foram 67 mil participantes e pouco mais de 50 mil espécies observadas. A cidade de La Paz, na Bolívia, foi a grande vencedora do desafio, ficando na frente da Cidade do Cabo (África do Sul) e Boston (EUA).
A competição nasceu em 2016 entre as cidades norte-americanas de São Francisco e Los Angeles.
Além de estimular uma melhor interação entre seres humanos e natureza nos centros urbanos, a iniciativa também promove a chamada ciência cidadã, em que cidadãos comuns ajudam pesquisadores no trabalho de proteção e identificação da fauna e da flora do planeta.
Nos últimos anos, as redes sociais e outras plataformas digitais têm servido como importantes ferramentas na coleta e obtenção de mais conhecimento e divulgação de informações científicas.
Recentemente, pesquisadores da Austrália revelaram que redescobriram e descreveram seis novas espécies de plantas graças à fotos postadas por internautas em plataformas digitais (leia mais aqui).
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Fotos de abertura: pixabay/creative commons