Imagens de redes sociais e internautas ajudam cientistas a redescobrir e identificar seis novas espécies de plantas na Austrália

Imagens de redes sociais e internautas ajudam cientistas a redescobrir e identificar seis novas espécies de plantas na Austrália

Em geral, nos últimos tempos, costumamos criticar a influência ou o papel das redes sociais na vida moderna. Mas não há como negar que elas são também uma fonte poderosa, que se usada para o bem e de maneira correta, podem trazer enormes benefícios e ganhos para todos. Um exemplo disso é como imagens compartilhadas na internet ajudaram cientistas australianos a redescobrir e descrever seis novas espécies de plantas.

As fotos em questão foram postadas em diferentes plataformas por internautas e ainda, um fotógrafo de natureza, um par de entusiastas de flores silvestres e um fazendeiro que vive do Parque Nacional de Stirling Range, ao sul da costa oeste da Austrália.

Entre as novas espécies descritas estão dróseras, plantas carnívoras, compartilhadas no Facebook e também no site iNaturalist. A Austrália é a região do planeta onde existe a maior diversidade dessas espécies, que se alimentam de animais que ficam colados nelas ao pousar em suas folhas.

“Apesar da crise de extinção que enfrentamos no século 21, espécies não descritas são regularmente descobertas e nomeadas por cientistas a cada ano”, diz Thilo Krueger, pesquisador da Curtin’s School of Molecular and Life Sciences. “No entanto, as taxas de descoberta são limitadas pelo número de especialistas em todo o mundo, bem como pela frequência com que eles podem realizar expedições de pesquisa ou acessar coleções de espécimes preservados em museus e herbários em todo o mundo”.

E é aí que entram as redes sociais e outras plataformas digitais como importantes ferramentas para auxiliar na coleta e obtenção de mais conhecimento e divulgação de informações. É o que costuma-se chamar de “ciência cidadã”.

“Cada vez mais os cientistas estão descobrindo novas espécies por meio de dados online, geralmente na forma de fotos, compartilhados por naturalistas, caminhantes, campistas e fotógrafos, que podem ser especialistas, amadores ou simplesmente observadores casuais. Esses cientistas cidadãos compartilham suas descobertas on-line e, assim, atuam como os olhos e ouvidos dos cientistas profissionais da área”, ressalta Krueger.

Ao lado de outros cientistas, o australiano escreveu um artigo científico falando sobre os achados com a colaboração dos internautas.

Uma das espécies carnívoras, a Drosera koikyennuruff: animais grudam na substância pegajosa nas pontas
(Foto: Thilo Krueger)

*Com fotos, informações e entrevistas divulgadas pela Curtin University

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Foto de abertura: divulgação Curtin University

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.