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Caranguejos sentem dor, revela estudo inédito

Caranguejos sentem dor, revela estudo inédito

Não é de hoje que estudos científicos comprovam que várias espécies de animais são sencientes, ou seja, têm a capacidade de se ter sentimentos, como dor, prazer, fome, sede, calor, alegria, conforto e emoção. Em 2021, inclusive, um grupo de pesquisadores da London School of Economics and Political Science fez uma análise, a pedido do governo do Reino Unido, que chegou à conclusão de que cefalópodes, como os polvos, e decápodes, como caranguejos, lagostas e lagostins, possuíam senciência.

Agora, uma nova pesquisa realizada com caranguejos vem confirmar essa constatação. O estudo, inédito no mundo, foi feito por cientistas da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, e provou que estímulos de dor são enviados ao cérebro desses crustáceos.

Os pesquisadores suecos foram pioneiros em fazer exames medindo a atividade no cérebro de caranguejos.

“Nós pudemos ver que ele tem algum tipo de receptor de dor em seus tecidos moles. Registramos um aumento na atividade cerebral quando aplicamos um produto químico potencialmente doloroso, uma forma de vinagre, a esses tecidos. O mesmo aconteceu quando aplicamos pressão externa a várias partes de seu corpo”, afirma Eleftherios Kasiouras, aluno de doutorado na Universidade de Gotemburgo e autor principal do artigo publicado no jornal Biology.

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Os experimentos indicaram ainda que a resposta de dor foi mais curta e forte no caso de estresse físico do que no caso de estresse químico, que durou mais tempo.

“Precisamos encontrar maneiras menos dolorosas de matar animais se quisermos continuar comendo-os. Porque agora temos evidências científicas de que eles tanto sentem quanto reagem à dor”, diz Lynne Sneddon, professora da Universidade de Gotemburgo.

“Não acho que precisamos testar todas as espécies de crustáceos, pois eles têm uma estrutura semelhante e, portanto, sistemas nervosos semelhantes. Podemos assumir que camarões, lagostins e lagostas também podem enviar sinais externos sobre dor”, ressalta Kasiouras.

Os pesquisadores lembram que atualmente é permitido cortar um crustáceo vivo, diferentemente dos mamíferos que comemos.

Desde 2018, por exemplo, a Suíça já proíbe o cozimento de lagostas vivas. Naquele ano, o governo determinou que elas deveriam ser mortas, de maneira rápida, antes de serem colocadas na água fervente. A decisão fez parte de uma mudança na legislação sobre a proteção animal para evitar o sofrimento e a crueldade.

*Com informações e entrevistas no texto de divulgação da Universidade de Gotemburgo

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Foto de abertura: Mae Mu on Unsplash

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