O homem preso no início da noite da última sexta-feira, 31/3 (como contamos aqui), suspeito de torturar e matar família de onças-pintadas já está solto!
Detido em Cáceres, no Mato Grosso, por uma equipe da Polícia Civil e do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), após denúncia anônima, João de Deus da Silva foi interrogado e confessou ser o autor do crime brutal: recebia R$ 5 mil por animal abatido na região.
Mas sobre o caçador não pesa apenas essa acusação. Quando foi preso, ele estava numa caminhonete, dirigida por Laudelino Luís Neto, que transportava cachorros de caça na carroceria (talvez sejam os mesmos que aparecem no vídeo acuando o segundo filhote, ainda vivo).
Além da situação irregular dos animais, os policiais identificaram que eles estavam acorrentados e machucados. Portanto, o homem foi flagrado cometendo crime de maus-tratos a animais domésticos.
Assim que o interrogou, o delegado Marlon Richer Nogueira pediu sua prisão preventiva por meio de requerimento enviado ao Ministério Público Estadual, que se manifestou dizendo que João de Deus “representa risco à fauna e que sua liberdade poderia prejudicar a instrução criminal”, conta a reportagem do site Campo Grande News.
No entanto, ao analisar o pedido, o juiz Cláudio Deodato, da 4ª Vara Criminal de Cáceres, decidiu conceder ‘liberdade provisória’ ao criminoso. Disse que não identificou motivos para acatar a prisão preventiva porque o caçador tem residência fixa na cidade e emprego e, portanto, não representa risco à ordem pública.
Mais: determinou que o processo e o auto de prisão de João de Deus (em flagrante em relação aos cachorros) corram em sigilo, ou segredo de Justiça. Terá sido pressionado pelo mandante do crime que, certamente, mora na região? O caso segue sob investigação pela Polícia Civil do Mato Grosso.
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No Brasil, a caça a animais silvestres é proibida, mas a legislação é muito branda – a pena precisa na Lei de Crimes Ambientais vai de seis meses a um ano! -, o que incentiva a criminalidade. Os caçadores sabem que não ficam muito tempo presos – sempre tem uma brecha na lei ou um juiz que os favorece -, pagam fiança e respondem ao crime em liberdade, podendo cometer novos crimes.
Por isso, organizações ambientais e de proteção animal aproveitaram a repercussão nacional desse crime hediondo – uma execução com requintes de crueldade! – para lançar uma petição online, na plataforma Avaaz, para pressionar os parlamentares do Congresso Nacional para que desarquivem e aprovem o Projeto de Lei (PL) 968/2022, de autoria do ex-deputado Ricardo Izar, que propõe o aumento da pena para caçadores em todo o país.
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Pra se ter ideia do absurdo que vivemos hoje, quem maltrata animais domésticos (como é o caso de João de Deus em relação aos cães de caça) pode pegar de dois a cinco anos de prisão, além de pagar multa de R$ 500 por animal maltratado.
Mas, se matar uma onça-pintada – espécie ameaçada de extinção, que é predador topo da cadeia alimentar na natureza e, por isso, seu desaparecimento pode causar danos irreparáveis à biodiversidade brasileira -, caso seja preso, pode pegar pena de seis a um ano e pagar multa de R$ 5 mil (mesmo valor recebido por João de Deus por cada onça morta).
No caso deste crime, como ele confessou, a pena de seis meses a um ano pode triplicar e ainda pagar multa de R$ 5 mil por animal abatido (o mesmo valor que recebe para executar uma onça).
Fotos: reprodução de vídeo e de foto divulgada nas redes sociais
É assim o nosso país. Cada estado uma sentença. Nem sequer ficou preso por muito tempo, e daí vamos em frente ouvindo, lendo e assistindo muitos caçadores recebendo ordens para matar.
Nossas leis é uma mentira.. Prende e dependendo do caso e estado, estão soltos.
Absurdo!!!
É assim que se destrói a vida!!!
Estamos caminhando para a extinção!!!
Se nosso país fosse regido com leis duras e implacáveis, esse vagabundo deveria estar enjaulado perpetuamente e esse tal” juiz ” também igualmente, por conceder liberdade a um assassino de animais
Queria vê se fosse um filho(a) dele,se o mesmo concederia liberdade ao assassino de animais. Digo isto porque entendo e acredito que qualquer espécie de animal tem o mesmo valor igualmente aos seres humanos.