
Já se completou três anos da chegada da chegada ao Brasil de um grupo de girafas, importadas da África do Sul pelo Bioparque do Rio de Janeiro. Originalmente eram 18 indivíduos, mas três morreram durante uma fuga. Houve o óbito ainda de um quarto animal, resultado de um distúrbio alimentar. O caso, que se transformou em um escândalo nacional, envolvendo ilegalidades no processo de importação, se arrasta na justiça desde 2022. O que se busca é um destino para as 14 sobreviventes, que se encontram até hoje no Resort Safari Portobello, em Mangaratiba, no sul do estado.
Nos últimos dias circularam várias notícias sobre uma nova determinação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobre o destino das girafas. Todavia, segundo nota de esclarecimento divulgada pelo órgão, ainda não há nenhuma novidade, mas apenas o que já havia sido estabelecido por um relatório elaborado pelo corpo técnico em agosto, que discutia diversas possibilidades.
No texto, o Ibama informa que foi aplicada uma multa ao Bioparque, sem citar o valor, e que o zoológico perdeu a posse dos animais. Eles continuam em Mangaratiba, entretanto, servidores do instituto fazem visitas “sazonais” lá para verificar seu bem-estar.
Sobre o destino final das girafas, a situação é mais complicada. Todos são animais adultos, medindo cerca de quatro metros de altura, o que torna ainda mais difícil o transporte deles – sempre uma situação de estresse, para qualquer espécie de animal.
Entre as opções analisadas pelo Ibama estava a repatriação das girafas para o seu continente de origem, nos quatro países onde há ocorrência da espécie, negociação que precisa contar também com o aval das autoridades da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites). Contudo, o governo sul-africano já afirmou que não tem interesse em recebê-las de volta (uma investigação apontou que elas foram retiradas da vida selvagem e adquiridas pelo Bioparque de uma empresa na África que comercializa animais).
“Houve também comunicação com Angola, país que se mostrou interessado em receber três espécimes, mas não esclareceu se os custos com o transporte ficariam por conta do governo angolano. Ainda é preciso aprofundar a comunicação para saber mais detalhes do programa de repovoamento dos parques nacionais, quais são os protocolos de segurança adotados pelo país, quais exames são exigidos para entrada dos animais, qual seria o local de destinação dos indivíduos e se eles já possuem protocolo de transporte terrestre a ser adotado a partir de sua chegada ao país”, diz a nota do Ibama.
Os demais países consultados foram Moçambique e Botsuana, entretanto nenhum dos dois apresentou resposta.
A outra opção levantada pelo Ibama é que as girafas sejam encaminhadas para locais no Brasil “com capacidade técnica de mantê-las seguras e protegidas na forma da legislação em vigor”, provavelmente zoológicos.
“É importante esclarecer que qualquer destinação das girafas dependerá das condições adequadas de garantia da saúde e da segurança dos animais, inclusive se estão aptos ao transporte, em virtude de ser uma viagem de longa distância e elevada duração”, ressalta o Ibama.
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Foto de abertura: Carol M. Highsmith on @rawpixel
Não vejo problema em devolver essas girafas ao local de origem… #contémironia. Bioparque deve pagar todas as despesas e ainda indenizar o santuário que as receber pelo resto da vida desses seres vivos. É um stress pequeno aos animais perto do que já passaram até agora. E ainda, os responsáveis pelo Bioparque, puxarem alguns anos de cadeia aqui no Brasil, pra sentirem na pele um pouquinho só do que esses animais passaram desde que foram retirados do seu habitat.
Muito radical da sua parte. São animais. A venda a iniciativa privada deveria ser considerada
18 girafas estavam no imaginário do lucro daqueles wue nada sabem sobre vida, muito menos sobre animais. Por que essa gente não está presa?
No zoo de Curitiba já teve garrafas, mas agora o local está vazio. Poderia ser uma opção.
A legislação devia proibir esse tipo de importação com esse fim. Absurdo.
Porque as Girafas não podem ir para o BioParque? só porque houveram problemas na importação dos animais? Já sabem quem é o nosso presidente? Na África, já ficou claro, ninguém as quer de volta. Já há muitas por lá. E se o Governo e a Justiça Brasileira acham que devem repatriá-las, que arquem com os custos!
Boa tarde, gostaria de indicar o zoológico de Curitiba, onde já teve girafas 🦒 ,adorei ver ela quando fui visitar. Obrigada