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‘A Última Floresta’: depois de conquistar nove prêmios e de passar pelos cinemas, filme estreia na Netflix

'A Última Floresta': depois de conquistar nove prêmios e de ser exibido nos cinemas, filme estreia na Netflix

A trajetória de sucesso de A Última Floresta, do diretor Luiz Bolognesique também assina o roteiro desta obra-prima em parceria com o cacique e xamã yanomami, Davi Kopenawa -, começou em março deste ano, quando o filme foi lançado na Berlinale – Festival de Cinema de Berlim.

Oito meses depois, com participações em diversos festivais pelo mundo, nove prêmios conquistados – os três últimos da Associação Brasileira de Cinematografia, em outubro – e de ser exibido em salas de cinema das principais capitais do Brasil (desde 9 de setembro), acaba de estrear na plataforma de streaming Netflix, disponível para assinantes de todo o mundo.

'A Última Floresta': depois de conquistar nove prêmios e de ser exibido nos cinemas, filme estreia na Netflix
Luiz Bolognesi e Davi Kopenawa escreveram o roteiro que tem, como fio condutor, os sonhos – Fotos: reprodução do Instagram e divulgação

Sim, é para assinantes, mas muita gente tem acesso à Netflix e pode organizar sessões com amigos, parentes e suas comunidades para espalhar ainda mais a mensagem deste filme urgente e necessário, que “mergulha nas florestas sagradas para retratar o cotidiano de um grupo Yanomami, que vive em um território ao norte do Brasil e ao sul da Venezuela há mais de mil anos”.

Imprescindível manter o documentário-ficção de Bolognesi pulsante neste cenário de tantos ataques aos povos indígenas – com o apoio do governo Bolsonaro -, em especial o povo yanomami, que sofre diariamente com as invasões de garimpeiros e madeireiros e tem perdido muitos de seus integrantes – inclusive mulheres, jovens e crianças – em conflitos e devido à covid-19 e outras doenças, além da fome.

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Hoje, 11 de novembro, A Última Floresta também foi exibido – junto com o filme Ex-Pajé, com direção de Bolognesi e disponível na Netflix – em sessão especial no Centro de Artes Contemporâneas da 26ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP26, em Glasgow, que termina amanhã.

Prêmios

'A Última Floresta': depois de conquistar nove prêmios e de ser exibido nos cinemas, filme estreia na Netflix

Melhor Filme na competição oficial do Seoul Eco Film Festival, na Coréia do Sul: este foi o primeiro prêmio conquistado, em junho deste ano.

Depois veio o prêmio de Melhor Filme na escolha do público na Mostra Panorama Berlinale – Festival de Cinema de Berlim, quando o filme voltou ao festival de Berlim (a primeira vez foi em março) para participar de duas exibições presenciais.

Em agosto, A Última Floresta participou do Festival dos Povos Originários de Montreal, no Canadá, conquistando o prêmio de Melhor Obra, e do Festival Signs of The Night da Alemanha, onde foi reconhecido como Melhor Documentário.

'A Última Floresta': depois de conquistar nove prêmios e de ser exibido nos cinemas, filme estreia na Netflix

Em outubro, foi a vez de conquistar o prêmio de Melhor Direção no Festival de Guadalajara, no México, pouco antes de se destacar como Melhor Filme, na escolha do júri do Festival dos Direitos Humanos de Bolívia, em La Paz.

Há cerca de três semanas, a equipe de A Última Floresta foi agraciada com três prêmios ABC – Associacao Brasileira de Cinematografia: Melhor Direção de Fotografia, Melhor Montagem de Documentário e Melhor Som.

Em seu Instagram, Luiz Bolognesi declarou: “O mais lindo é que quem vota são os profissionais da área. Parabéns pro nosso dream team!”. Mais um importante reconhecimento para este registro poético e contundente da história de um povo incansável, que luta pela sobrevivência todos os dias.

Ataques aos Yanomami

Desde que Bolsonaro assumiu a presidência, em 2019, a situação do povo Yanomami, que vive Roraima, só se agrava. Há mais de 20 mil invasores explorando minério, derrubando a floresta e matando. Em maio deste ano, na comunidade de Palimiu, que fica às margens do rio Uraricoera matou duas crianças de 1 e 5 anos, depois de um ataque a tiros.

Em 12 de outubro, dois meninos do povo Yanomami, primos de 5 e 7 anos, da comunidade Makuxi Yano, em Alto Alegre, no norte de Roraima, brincavam no rio Parima com um pedaço de uma vasilha de plástico que faziam de prancha, quando foram “sugados e cuspidos por uma draga” – que faz parte do maquinário dos garimpeiros – “e levados pela correnteza”.

Em agosto, segundo a Hutukara Associação Yanomami (HAY), dois indígenas isolados do povo Moxihatëtëa foram assassinados em um ataque “de brancos” na região alto rio Apiaú, no município de Mucajaí, no sul de Roraima.

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Fotos: Divulgação

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