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Com ajuda de fundo de U$ 19 bilhões, mais de 100 países se comprometem a acabar com o desmatamento até 2030

Um dos primeiros resultados das negociações entre líderes mundiais reunidos na Conferência da ONU sobre Mudança Climática, a COP26, que acontece em Glasgow, na Escócia, foi anunciado ontem no final do dia: mais de 100 países assinaram um documento se comprometendo a “deter e reverter o desmatamento e a degradação da terra até o final da década”.

Chamado de “Glasgow Leaders’ Declaration on Forest and Land Use”, a iniciativa contará com um financiamento de U$ 19 bilhões, cerca de R$ 107 bilhões, em fundos públicos e privados, que serão usados em projetos de proteção e restauração das florestas.

Entre os países que assinaram a declaração estão o Brasil, a Indonésia e a República Democrática do Congo, que juntos possuem 85% das florestas do planeta. Reino Unido, Noruega, Estados Unidos, Japão e União Europeia já anunciaram que doarão recursos para a iniciativa.

“As florestas são os pulmões verdes da terra. Precisamos protegê-los e restaurá-los. Tenho o prazer de anunciar que estamos prometendo 1 bilhão de euros para proteger as florestas em todo o mundo. Este é um sinal claro de nosso compromisso em liderar mudanças globais para proteger nosso planeta”, declarou Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.

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“Teremos a chance de encerrar a longa história da humanidade como conquistadora da natureza e, em vez disso, nos tornar sua guardiã”, afirmou o primeiro-ministro britânico Boris Johnson.

Apesar do acordo ter sido visto como histórico, não será nada fácil atingir a meta, sem antes, resolver questões cruciais, que no caso do Brasil envolvem, exploração ilegal de madeira e minério (em setembro, a Amazônia teve a pior taxa de desmatamento da última década: por dia a floresta perdeu uma área equivalente a 4 mil campos de futebol).

Segundo o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, a meta do governo brasileiro é zerar o desmatamento ilegal em 2028. O plano apresentado por ele prevê uma redução da destruição da floresta de 15% até 2024, de 40% até 2026, 50% em 2027 e chegando a 100% no ano seguinte.

“Todo mundo quer ver o desmatamento zero, principalmente os povos indígenas cujas casas e meios de subsistência estão ameaçados. Mas, sem enfrentar os impulsionadores da destruição, é como assobiar ao vento e pensar que só o dinheiro vai funcionar. Gado e soja para alimentação animal estão destruindo a Amazônia e as savanas do Brasil. A indústria de carne industrial, como sua contraparte no setor de combustíveis fósseis, precisa chegar ao fim’, diz John Sauven, diretor-executivo do Greenpeace. “Todo cientista do clima está dizendo que precisamos comer menos carne. Não salvaremos as florestas até que os políticos parem de ignorar essa mensagem”.

*Com informações da Agência de Notícias Reuters e jornal The Guardian

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Foto: Vlad Hilitanu on Unsplash

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Sandra
Sandra
3 anos atrás

Já passaram da conta as conversas e os bla bla blas de autoridades mundiais comprometidas com o meio ambiente teoricamente da boca pra fora mas sem o engajamento efetivo da prática, das mãos na terra, usando o coração e o espírito de serviço, suando a camisa, de corpo e alma na empreitada, quem sabe isso ajuda. Enquanto isso, a floresta extertora, calcinada e destruída apesar da meia dúzia de anônimos heróis que não desistem dela, extenuados e sozinhos, que não deveriam acreditar, mas acreditam em Deus ainda.

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