Era início da década de 70 e morar no meio do mato não era bem o ideal daquele tempo. Mesmo sendo criada numa cidade em expansão como Belo Horizonte, ela topou se mudar pra aquele rincão. Criou ali seus três filhos, dezenas de sobrinhos e as centenas de amigos dos mesmos que insistiam em ficar desde a manhã até a hora do café da tarde, famoso por suas roscas.
E foi graças à força dela que ficamos por ali, convivendo com todo tipo de bichos, plantas e intempéries de uma casa no mato. E também foi graças à essa infância privilegiada que comecei a enxergar a beleza por trás dos detalhes da natureza.
38 anos depois, ainda me lembro bem dos meus primeiros contatos com sauás, raposas, tucanos e tamanduás. Desde aquela época, já queria ficar mais tempo olhando, depois contar que tinha visto isso e aquilo, e lá estava ela: sempre pronta para me escutar depois que voltava imundo do riacho e com dois bagres numa lata querendo montar um aquário.
As coisas mudaram bastante e, hoje, mostro pra ela as fotos que faço nas expedições e conto histórias com muito mais detalhes. O que não mudou foi a atenção que ela continua me dando e o amor incondicional que sinto por essa mulher.
Ficam, aqui, estas imagens neste post como minha homenagem àquelas que fazem de tudo por seus filhos. Parabéns a todas as mães pelo seu dia, às mães como a onça da foto que ilustra este post (às margens do Rio Paraguai, em Cáceres?MT). E, em especial, parabéns à minha querida Sônia, que aparece comigo bebê na foto abaixo, de 1980, em nossa antiga casa, em Nova Lima, Minas Gerais.