Ele é o único panda albino conhecido do mundo. Foi avistado pela primeira vez em 2019, pela câmera de uma armadilha fotográfica, na Reserva Nacional Natural de Wolong, na província de Sichuan, na China, quando ainda era um filhote, como contamos nesta outra reportagem. Todo branco, não tem nenhuma mancha preta no pelo e possui os olhos vermelhos.
Nunca antes um panda assim tinha sido observado ou fotografado. O albinismo é a ausência de pigmentação ou coloração e raramente é encontrado na natureza. Por isso, sempre que uma espécie apresenta essa condição, biólogos tentam entender melhor como ela pode afetar ou não a interação dentro de seu grupo.
Desde a descoberta do panda albino chinês, nas montanhas de Wolong, a uma altitude de mais de 2 mil metros, biólogos da Universidade de Pequim o estão monitorando para entender sua interação com os demais membros do grupo.
Em junho, foram divulgadas imagens que revelavam que ele estava bem e saudável (em alguns casos, o albinismo pode estar associado com o aparecimento com certas doenças ou deficiências físicas) e ainda, ao lado de uma fêmea, que suspeitava-se ser sua mãe.
Mas até então, não se sabia se o panda albino era macho ou fêmea. Até agora!
Após uma escalada de mais de dez horas até a área onde o panda albino vive, pesquisadores fizeram a coleta de amostras de fezes e exames de DNA em laboratório demonstraram que ele é “ele”, um macho.
Imagens analisadas pela equipe de biólogos também indicam que ele circula numa região de 5 km2 e assim como outros indivíduos da espécie, sua dieta é baseada em bambus.
“O panda albino construiu relações positivas com outros indivíduos da área. Esta adaptação notável ilustra o habitat de alta qualidade, os recursos alimentares adequados e as medidas de conservação eficazes fornecidas pela reserva”, diz Li Sheng, pesquisadora da Escola de Ciências da Vida da Universidade de Pequim.
Ainda segundo as informações divulgadas, o urso (sim, pandas são ursos!) pode ser visto com mais frequência durante a primavera, que coincide com a época de acasalamento dos pandas gigantes.
*Com informações e entrevistas contidas no texto do site da Peking University
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Foto de abertura: divulgação Wolong National Nature Reserve/Peking University