Em novembro de 2021, o filhote de um “cachorro silvestre” albino foi encontrado sozinho e com sinais de letargia por moradores da região do município de Amalfi, na Colômbia. Bastante debilitada, pesando somente 440 gramas, decidiu-se levá-la – era uma fêmea – para o Parque de La Conservación, em Medelín. Além dos problemas de saúde, o animal era cego e devido à falta de pigmentação na pele seria presa fácil para predadores maiores e teria pouquíssima chance de sobreviver na natureza.
Um ano após seu resgate, só agora confirmou-se que, na verdade, o “cachorro silvestre” é uma jaguatirica. Já havia uma suspeita, mas não era possível realizar exames genéticos até que o felino ficasse um pouco maior.
Pois há poucas semanas a equipe do Laboratorio de Genética Animal de la Universidad de Antioquia confirmou que o animal é uma jaguatirica (Leopardus pardalis), o único albino da espécie conhecido até hoje no mundo.
Imagem da época em que a filhote foi achada
Embora infelizmente a fêmea não possa ser reintroduzida na vida selvagem, ela parece ter recuperado a saúde e se adaptado bem ao novo lar.
“Atualmente a jaguatirica atingiu a idade adulta e pesa 12,8 quilos. Sua dieta é baseada em carne vermelha e frango, com uma alimentação diária de 700 gramas. Graças ao cuidado dos profissionais do Parque de Conservação, foi possível que o animal se adaptasse, apesar de sua total cegueira, ao seu habitat, construído com móveis baixos e corpos d’água rasos. Seu ambiente possui iluminação média, devido a sua fotossensibilidade”, informou o parque colombiano.
O albinismo é a ausência de pigmentação ou coloração e raramente é encontrado na natureza.
A jaguatirica, também conhecida como ocelote, mede cerca de 75 centímetros e pesa em torno de 20 kg. É uma espécie de mamífero carnívoro pertencente à família dos felídeos. Possui uma distribuição ampla por toda a América Latina, inclusive no Brasil, mas com exceção do Chile.
De hábitos solitários com atividade predominantemente noturna, durante o dia dorme em ocos de árvores ou em arbustos. Tem grande habilidade para subir em árvores, saltar e nadar. Alimenta-se de pequenos e médios vertebrados, como cutias, pacas, macacos, preguiças, além de roedores, aves e répteis.
A fêmea é a única jaguatirica albina conhecida do mundo
*Com informações adicionais do site Pró-Carnívoros
Leia também:
“Acho que vi um gatinho”: o desafio de registrar as jaguatiricas da Mata Atlântica
Alvinho, o raríssimo tamanduá-bandeira albino do Cerrado brasileiro
Filhotes de baleias muito raros, semi-albinos, são avistados no litoral sul do Brasil
Lontra ‘albina’ é registrada no sul do Pantanal, às margens do rio Aquidauana, e encanta guia e fotógrafo
Filhote de anta albina é encontrado sozinho e resgatado no interior de SP
Fotos: reprodução Facebook Parque de La Conservación