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Txaí Suruí e Mundano pedem que maior rede de supermercados britânica pare de comprar da JBS

Em 2021, o maior frigorífico de carne bovina do mundo, a JBS, se comprometeu a implementar medidas para tornar sua cadeia de produção livre de irregularidades ambientais e sociais. Também anunciou meta de zerar a relação de sua atividade com o desmatamento não só na Amazônia, como também em outros quatro biomas: Pantanal, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica.

No entanto, segundo a coalizão internacional Chain Reaction Research, a empresa continua ligada ao desmatamento de cerca de 1,5 milhão de hectares na Amazônia, devido à sua cadeia indireta de suprimentos.

De acordo com as organizações Changing Markets Foundation e Institute for Agricultural and Trade Policy, a JBS é a empresa de carnes que mais emite gases de efeito estufa no mundo: em 2021, foram 288 milhões de toneladas de GEE

Nos últimos cinco anos, a JBS chegou a pagar mais de R$ 18 milhões em multas por envolvimento em escândalos de corrupção, crimes ambientais e contra os direitos humanos.

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Já a maior rede de supermercados do Reino Unido, Tesco, pressionada por ambientalistas, reafirmou seu compromisso com o combate ao desmatamento ilegal na Amazônia. Na época, chegou a declarar que não comprava carne brasileira desde 2018 devido ao risco de que a produção estivesse relacionada a atividades ambientais irregulares e também a violação de direitos humanos. No entanto, continua comprando da JBS.

Por isso, Txai Suruí, jovem ativista e liderança indígena, e o artivista Mundano se uniram para promover uma ação artística e ativista que foi registrada em vídeo para pressionar a Tesco, questionando sua promessa de vender apenas produtos livres de desmatamento

A obra foi realizada na terra indígena Uru-Eu-Wau-Wau, no bioma amazônico, que sofre com invasões constantes para a criação de pastos.

Trata-se de um grafite gigante das marcas Tesco e JBS e de uma tesoura como se a varejista estivesse cortando relações com a produtora de carne devido à destruição das florestas. Uma metáfora genial! 

Na narração, Txai conta, em inglês, que mora na Amazônia onde as terras indígenas estão sendo destruídas e que a Tesco está financiando essa destruição. 

Ela destaca que as florestas continuam sendo derrubadas e queimadas para a criação de pastagens e o cultivo de soja que alimenta porcos e galinhas. E que “os povos indígenas continuam sendo ameaçados e assassinados porque protegem as florestas para o mundo”.

Também destaca o que disse o CEO da empresa, quando declarou que não faria parte dessa destruição: “A conversão de florestas em produção agropecuária é a maior contribuição para as mudanças climáticas. Até 2025, só obteremos soja de áreas verificadas como livres de desmatamento”. 

Em seguida, convida o público a enviar uma mensagem direta à Tesco: “Pare de fazer negócios com as empresas da JBS!”. E finaliza dizendo que, com esta ação, convida a Tesco a apoiar os povos indígenas: “A JBS não se importa com nossa floresta, mas talvez a Tesco se importe. Chamamos a Tesco para apoiar nosso povo e abandonar a JBS”. 

Conheça detalhes da campanha no site Drop JBS. A seguir, assista ao vídeo com o registro da ação de Txai e Mundano, com o apoio de indígenas do povo Uru-Eu-Wau-Wau. 

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Foto (destaque): reprodução do vídeo

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