A gripe aviária continua se espalhando pelo mundo e provocando mais mortes entre diferentes espécies de animais. O mais novo caso foi confirmado no Alasca, onde o Departamento de Conservação Ambiental registrou o óbito de um urso polar, vítima do vírus H5N1, que causa a influenza aviária de alta patogenicidade.
O corpo do urso foi encontrado próximo a Utqiagvik, no extremo norte do estado, e análises laboratoriais apontaram a presença do vírus. É o primeiro caso da doença detectado em ursos polares. A suspeita é que o animal tenha se infectado através de carcaças de aves contaminadas com o H5N1.
O temor é que mais ursos já possam ter morrido de gripe aviária em lugares remotos. Vale lembrar que a espécie, a Ursus maritimus, o maior carnívoro terrestre do planeta, é considerada ‘vulnerável’ à extinção, de acordo com a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza. Entre as principais ameaças – até agora, – estava o degelo crescente do Ártico.
Antes do urso polar, foram encontrados outros animais contaminados pela gripe aviária, entre eles, raposas, além de galinhas e patos domésticos.
No começo de dezembro também foi confirmado o avanço da doença na Antártica, onde centenas centenas de elefantes-marinhos, focas e aves já morreram.
A grande preocupação de biólogos é que o vírus continue se proliferando no continente e se transforme em “um dos maiores desastres ecológicos dos tempos modernos”, sobretudo se atingir colônias isoladas de pinguins e outras espécies só encontradas na Antártica, possam ser contaminados. Muitos desses animais sofrem graves ameaças de extinção. Além disso, eles nunca foram expostos ao H5N1, diferentemente de aves do Hemisfério Norte, em países da Europa ou dos Estados Unidos, onde já aconteceram outros surtos antes.
As aves migratórias, principalmente as aquáticas, são apontadas como as principais responsáveis pela transmissão da gripe aviária.
O vírus H5N1 é altamente contagioso. Poucos dias após a contaminação, os sintomas já ficam visíveis, como paralisia e inchaço de partes do corpo, e vários órgãos param de funcionar. O sistema neurológico é comprometido e os animais começam a apresentar tremores. A taxa de mortalidade chega a 90%.
Na América do Sul, estima-se que mais de 500 mil aves aquáticas morreram, além de 20 mil leões-marinhos no Chile e no Peru (no Brasil houve vários casos também no Rio Grande do Sul).
No Brasil já são 151 focos de gripe aviária. Cada foco é uma unidade epidemiológica na qual foi diagnosticado pelo menos um caso de H5N1, segundo a plataforma online do Ministério da Agricultura e Pecuária.
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Foto de abertura: Annie Spratt on Unsplash