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‘Pisar Suavemente na Terra’, documentário de Marcos Colón com Ailton Krenak, é premiado no Festival Internacional Cine Periferias

No último sábado, 18/8, o Festival Internacional de Cinema Periferias – dedicado aos Direitos Humanos, Meio Ambiente, Arte e Cultura e que acontece há onze anos na La Raya, entre Marvão (Portugal) e Valencia de Alcântara (Espanha) -, entregou o Prêmio Internacional Tejo/Tejo de Melhor Longa Metragem de 2023, da mostra competitiva, ao filme Pisar Suavemente na Terra, do diretor brasileiro Marcos Colón

O roteiro é de Colón em parceria com o geografo Bruno Malheiro, e a produção, com gravações no Brasil, Colômbia e Peru, levou três anos para ser concluída (2021).

Entre mais de 260 inscrições do festival, foram selecionados cinco finalistas e o filme conduzido pelo líder e pensador indígena Ailton Krenak foi o escolhido pelo júri. 

Em nota à imprensa, a organização da mostra justificou sua escolha devido à “sua beleza e seu compromisso com os direitos humanos, à luta contra a mudança climática e o poder de resistência de seus protagonistas”. E completou: “Um filme cheio de empenho e que vai ao encontro dos valores deste festival”.

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O documentário reúne as histórias de três lideranças da Amazônia – Kátia, cacica do povo Akrãtikatêjê-gavião e Manoel, cacique do povo Munduruku, ambos do Pará, e José Manuyama, professor de origem Kokama, em Colômbia/Peru -, que narram as ameaças do garimpo, da exploração de petróleo, da extração de madeira e da construção de hidrelétricas a seus territórios. 

Suas histórias se entrelaçam com a voz e o pensamento de Krenak, que convida o espectador a refletir sobre os modos de habitar o planeta e “a aprender a pisar com suavidade a terra”.

Em vídeo exibido logo após a divulgação do vencedor, o diretor Marcos Colón agradeceu o Festival Cine Periferias e destacou a alegria dos protagonistas com a premiação “como forma de resistência e luta”.

Em uma rede social, ele agradeceu de forma calorosa e especial à equipe que trabalhou com ele e aos protagonistas, Kátia, Manoel, José e Ailton, “cuja dedicação tornou possível compartilhar esta narrativa com o mundo”.

“Estendemos nossa gratidão por confiarem em nós para contar suas histórias de luta, resistência, vida, culturas e territórios. É um logro que não seria possível sem o esforço incansável de cada pessoa envolvida”, finalizou.

Outras exibições

Falamos do filme Pisar Suavemente na Terra, aqui no site, desde setembro de 2021, quando ele estava sendo concluído (Documentário aponta caminhos para o futuro da Amazônia a partir do olhar indígena e ancestral), ou seja, muito antes de ser exibido em festivais e encontros especiais pelo país.

A primeira exibição aconteceu em julho do ano passado no 10º Fórum Social Pan-Amazônico (Fospa), na Universidade Federal do Pará, em Belém, com as presenças de Colón, Krenak, a cacica Katia, Pepe e Bruno Malheiro; dedicada aos povos indígenas.

Krenak, Bruno, Kátia, Colón e Pepe logo após a conversa com o público sobre o filme e sua mensagem / Foto: Anderson Barbosa

O título desse encontro se originou de uma fala de Ailton Krenak numa conversa com Colón, que inspirou o título do documentário: O futuro é ancestral e a humanidade precisa aprender com ele a pisar suavemente na terra.

A seguir, destaco outros momentos marcantes em que o filme de Colón também foi exibido em 2022 e 2023:

– na 45ª Mostra Internacional de Cinema, realizada em outubro e novembro do ano passado, em São Paulo;
– na 8ª edição do Festival Internacional Amazônida de Cinema de Fronteira, em abril deste ano, que ainda levou o documentário para a Terra Indígena Mãe Maria, na aldeia Akrãtekatêjê liderada pela Cacica Kátia;
– em 10 de julho, para a The Association for the Study of Literature and Environment (ASLE – 2023), em Portland, Oregon, EUA;
– e na 1ª Mostra Pulitzer-Cinemateca Brasileira, em São Paulo, na Cinemateca de São Paulo, também em julho.

A seguir, veja o momento em que ‘Pisar Suavemente na Terra’ foi anunciado como vencedor:

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Foto: Festival Cine Periferias/divulgação

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