Agora, alguns meses depois da nossa mudança para a Baía da Babitonga, uma região no litoral Norte de Santa Catarina, começamos a ter tempo de nos aproximar, com a câmera, dos vizinhos dentro da floresta que chegam até o nosso quintal. Esses dias registramos um pintadinho (Drymophila squamata), também conhecido como formigueiro-escamoso ou papa-formiga.
Se você não o conhece, ele é um pássaro que vive a pouca altura, em florestas altas e sombrias. Sua plumagem é “pintadinha” de preto e branco, como já diz seu nome. No caso da fêmea, o preto é substituído pelo marrom e o branco por amarelo esbranquiçado. A espécie pode ser observada de Alagoas a Santa Catarina; e também pode ser localmente comum, como por exemplo, no Corcovado, no Rio de Janeiro. E tem mais: é endêmico do Brasil, ou seja, só pode ser visto em nosso país, e em nenhuma outra parte do mundo!
O pintadinho é um bichinho da família Formicaridae, que mede aproximadamente 10 cm e pesa em torno de 10 gramas. O contraste das cores chama a atenção de cara e serve para diluir o contorno da ave e imitar o jogo de luz e sombra dentro da floresta.
O canto do pintadinho é um trinado agudo e forte (ouça aqui), às vezes de difícil identificação, pela profusão de tais vocalizações nas florestas neotropicais, mas uma vez ouvido, jamais esquecido. A fêmea canta baixo e melodioso e às vezes o casal entoa duetos e usam chamadas intensas quando seguem correições de formigas, as famosas expedições periódicas com esses milhares de insetos.
Muito ligeiro e com pernas fortes, o pintadinho salta e pula pela ramaria à meia altura e às vezes desce ao solo para capturar suas presas.
Infelizmente, temos muitos problemas no Brasil quando o assunto é destruição ambiental. Algumas espécies da família do pintadinho precisam de grandes árvores e enormes áreas para poder viver; a mesma necessidade dos indígenas, seres da nossa família, a humana. E em ambos os casos, o desmatamento e a degradação de nossas florestas têm tornado difícil a sobrevivência dessas lindas criaturinhas voadoras e dos guardiões de nossas matas.
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Fotos: Renato Rizzaro
Parabéns pelo trabalho de vocês. Deve ser muito gratificante para o casal viajar e conhecer as nossas riquezas naturais. Li que vocês tem uma RPPN. Gostaria muito de levar minha família para conhece-la. A coisa mais incrível no mundo é poder acordar e sair para fazer aquilo que gosta.
Muito agradecidos pelo incentivo, Jamilton. Tens razão, nosso país é maravilhoso e com uma riqueza fabulosa. Nossa RPPN, a Reserva Rio das Furnas, está em mãos de professores da UFSC e, agora, é dedicada exclusivamente a pesquisas ambientais. Forte abraço e parabéns pela dedicação e vontade de conhecer nossas belezas naturais. Te indico uma RPPN próximo a Curitiba de nosso amigo Amaral, que pode ser render boa visita: https://www.facebook.com/cmasOO