Não me canso de escrever sobre esta “senhora”. Já contei a história de Wisdom aqui, no Conexão Planeta, em 2016 e 2018. A albatroz da espécie Laysan (Phoebastria immutabilis) foi vista pela primeira vez em 1956 pelo biólogo Chandler Robbins e desde então, passou a ser acompanhada pela equipe do U.S. Fish & Wildlife Service, que colocou um anel de monitoramento em sua pata. Nas últimas sete décadas, no início do inverno, Wisdom volta ao Atol de Midway, uma reserva de proteção marinha, no Oceano Pacífico, lugar onde nasceu.
No final do ano passado, em dezembro, mais uma vez, Wisdom retornou a seu ninho para gerar um novo filhote. E em fevereiro, foram divulgadas as primeiras fotos do mais novo integrante da família.
“Os biólogos observaram a casca do ovo pela primeira vez na sexta-feira, 29 de janeiro. Após vários dias, o pintinho eclodiu na segunda-feira, 1º de fevereiro”, anunciou o U.S. Fish & Wildlife Service em suas redes sociais.
Dias depois, foi compartilhado novo relato:
“Wisdom liberou seu companheiro Akeakamai dos deveres de paternidade esta semana… Enquanto ela alimenta e cuida de seu novo filhote, Akeakamai estará no mar em busca de alimentos. Quando ele retornar, trará comida para o filhote. Os albatrozes de Laysan alimentam seus filhotes com uma dieta de lulas e, às vezes, ovos de peixe por regurgitação”.
O novo filhotinho ao lado da mãe
Desde 2006, Wisdom e seu companheiro Akeakamai voltam ao Atol de Midway, no Oceano Pacífico, para se reproduzir.
Mas como se sabe que a ave é Wisdom? Pelo anel vermelho brilhante com o número Z333 em sua pata. É assim que os biólogos a identificamo, ano a ano. “Geralmente usam-se dois anéis. Um pequeno de metal para rastreamento de longo prazo e o outro, maior e colorido, utilizado para identificação visual de longa distância”, explicam os especialistas.
Os biólogos acreditam que Wisdom já tenha colocado entre 30 a 36 ovos. Em 2017, o filhote que ela criou em 2001 foi observado, a poucos metros de seu ninho original.
Wisdom em seu ninho
Estima-se que Wisdom, que na tradução para o português significa “Sabedoria”, tenha pelo menos 70 anos. Ela é considerada a albatroz mais longeva conhecida pela ciência.
Durante muito tempo, foi o próprio Robbins que a reconheceu… Até 2017, quando ele faleceu aos 99 anos.
Geralmente aves desta espécie não costumam se reproduzir todos os anos, isto porque, como passam a maior parte de sua vida voando (quase 90% dela), precisam investir tempo e energia trocando suas penas para ganhar força, explicam os biólogos da reserva de proteção.
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Fotos: Jon Brack/Friends of Midway Atoll National Wildlife Refuge
