Em 2022, a Islândia se comprometeu com o fim à caça de baleias a partir de 2024. O país escandinavo, ao lado da Noruega e Japão, eram os últimos no mundo que ainda permitiam a caça comercial desses animais. Na época, entretanto, o governo islandês admitiu que o motivo para a decisão não era a conservação desses cetáceos, mas a queda na demanda pela carne da baleia, sobretudo, do mercado japonês.
Todavia, no ano passado, a Islândia voltou atrás e após uma suspensão temporária, as autoridades anunciaram a cota de caça para 161 baleias-fin (Balaenoptera physalus) – a espécie é a segunda maior existente nos oceanos.
E mais uma vez, agora em 2024, o governo permitirá a matança desses animais, na temporada que começou em junho e vai até setembro.
“A decisão baseia-se numa abordagem preventiva e reflete a crescente ênfase do governo na utilização sustentável dos recursos”, afirmou o Ministério do Meio Ambiente em nota.
Apesar de a cota estabelecida para este ano, 128 baleias, ser a metade daquela liberada em 2023, de 264, organizações de proteção animal, como o International Fund for Animal Welfare, criticaram veemente o governo da Islândia.
“É absolutamente ridículo que a caça em qualquer nível possa continuar”, disse Patrick Ramage, diretor da ONG. “Isso é uma péssima notícia para a Islândia e péssima notícia para a conservação marinha.“
Só resta uma companhia na Islândia que ainda caça baleias, a Hvalur. Em junho do ano passado, o governo islandês suspendeu as operações baleeiras da empresa depois que um relatório divulgado pela Autoridade Alimentar e Veterinária do país apontou que muitas baleias sofriam imensamente após serem arpoadas. Algumas demoravam até duas horas para morrer.
Entretanto, a Hvalur recorreu da proibição e declarou que iria se comprometer com o “bem-estar” animal. Em uma pesquisa recente feita entre os islandeses, 51% deles afirmaram ser contra a caça comercial das baleias.
Em 1986, a Comissão Internacional de Baleias (IWC, na sigla em inglês) impôs uma moratória global à caça comercial das baleias. No século passado, quase 3 milhões delas foram mortas no mundo todo. Por esta razão, a maioria das espécies estava ameaçada de extinção – umas mais do que outras -, mas todas corriam o risco de desaparecer dos oceanos do planeta.
*Com informações da Agência de Notícias Reuters, Associated Press e BBC
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Foto de abertura: Dagur Brynjólfsson, CC BY-SA 2.0 via Wikimedia Commons