O tráfico de animais silvestres é cruel e bárbaro. E infelizmente existe porque há demanda. De acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), a comercialização de animais selvagens é classificada como uma das maiores e mais lucrativas atividades de crime organizado transnacional do mundo, juntamente com o tráfico de drogas, de seres humanos e o de armas. Estima-se que movimente cerca de U$ 20 bilhões por ano.
Uma nova apreensão gigante aconteceu no aeroporto de Bangkok, na Tailândia. Cinco homens e uma uma mulher de nacionalidade indiana foram presos pelas autoridades da alfândega ao tentar embarcar com 87 animais – isso mesmo, 86! – escondidos dentro de malas.
Entre os animais apreendidos estava um panda-vermelho (Ailurus fulgens), espécie considerada em risco de extinção, preso dentro de um cesto, fechado com fita tape. Além dele, havia répteis, aves e mamíferos, incluindo dois macacos, 29 camaleões, 21 cobras e 15 pássaros.
Papagaio dentro de uma caixa
(Foto: Thailand’s Custom Department)
Constantemente autoridades alfandegárias fazem apreensões como essa. Em dezembro do ano passado, uma similar ocorreu no aeroporto do Peru, quando 160 animais foram encontrados dentro de uma mala: 29 cobras estavam numa lata de leite.
Um mês antes, no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, servidores do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) apreenderam 60 ovos de aves silvestres com um turista chinês. Os ovos teriam sido coletados na região de Foz do Iguaçu, no Paraná, e iriam para Hong Kong, na China.
As malas onde os animais estavam escondidos: cinco pessoas foram presas
(Foto: Thailand’s Custom Department)
Há poucos dias também, micos-leões-dourados e araras-azuis-de-lear, espécies endêmicas do Brasil e ameaçadas de extinção, foram descobertas com traficantes numa embarcação no Togo. Os animais estavam em gaiolas, em condições deploráveis. O barco, de bandeira brasileira, tinha saído do Suriname e teve uma pane na costa da África. Dois 20 macacos, três já estavam mortos.
Graças a uma rápida ação de diversas instituições, como o Ibama, os Ministérios das Relações Exteriores e do Meio Ambiente, a Associação Mico-Leão-Dourado e a organização Freeland Brasil, os animais já foram repatriados para o Brasil.
Um mico assustado, também estava entre os 86 animais apreendidos pelas autoridades
(Foto: Thailand’s Custom Department)
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Foto de abertura: Thailand’s Custom Department