Às vésperas da celebração do Dia Nacional do Forró, em 13 de dezembro, data em que nasceu Luiz Gonzaga, um dos maiores músicos que o país já teve, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) reconheceu as “Matrizes Tradicionais do Forró” como Patrimônio Cultural do Brasil. A votação para a proposta foi realizada hoje pelo Conselho Consultivo do instituto, que a aprovou por unanimidade.
“Trata-se de um bem cultural que dispensa apresentações, está presente em incontáveis eventos e festivais por todo Brasil, em especial nos festejos dos ciclos juninos, gerando renda, empregos diretos e indiretos, além de um sentimento muito forte de pertencimento”, ressaltou Larissa Peixoti, presidente do Iphan. “A partir de agora, para além do reconhecimento, o Iphan e os diversos parceiros que tornaram esse registro possível seguem atuando na promoção e sustentabilidade do bem cultural”.
A proposta para o registro do forró como Patrimônio Cultural do Brasil foi feita em 2011 pela Associação Balaio do Nordeste e pelo Fórum Forró de Raiz da Paraíba. Além disso, centenas de “forrozeiros” de todo o país apoiaram o pedido através de abaixo-assinado.
O Iphan destaca que o termo forró engloba um repertório de gêneros musicais variados, como o baião, xote, xaxado, rojão, xamego, balanço, miudinho, forró-samba e quadrilha/arrastapé.
“As Matrizes Tradicionais do Forró têm contribuído há mais de um século para a construção da identidade nordestina e nacional, especialmente no tocante aos seus gêneros, modos de dançar e saberes enraizados no cotidiano do povo nordestino e de várias comunidades espalhadas pelo Brasil, que tem o forró como marca de vivências coletivas do trabalho e de experiências festivas”, afirma o instituto.
Com o forró, o Brasil passa a contar agora com 52 bens registrados como Patrimônio Imateriais. Outras manifestações que também já fazem parte do Livro de Registro das Formas de Expressão são o Repente, a Ciranda do Nordeste, a Roda de Capoeira, o Maracatu Nação (PE), o Carimbó (PA) e a Literatura de Cordel.
Falecido em 1989, o sanfoneiro, cantor e compositor Luiz Gonzaga nasceu no sertão pernambucano e ficou conhecido em todo o Brasil como o “Rei do Baião”. Entre suas inúmeras obras está a belíssima canção “Asa Branca”.
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Foto: Caru Ribeiro/Secretaria Especial de Cultura do Ministério da Cidadania/Flickr/Creative Commons
Uma flagrante e grande diferença entre este Patrimônio Cultural, do bem, e aqueles outros, do mal, que referendam e legalizam vaquejadas, rodeios e congêneres. Tradições artísticas de fato são estas celebrações que enaltecem o belo e o nobre de nossas raízes, despertando sentimentos enriquecedores em participantes e público assistente, ao contrário daquelas pseudo exibições de cultura e tradição onde violência e truculência são explicitadas contra animais inocentes barbarizados, a contra gosto deles, onde demonstrações abjetas de emoções primitivas são aplaudidas por um público identificado com esse gênero de “esporte” deprimente e ultrajante, em nada parecido com o que se espera de um espetáculo de cultura e/ou tradição. Só não vê quem não quer.