
Como já escrevi aqui recentemente, desde que a pandemia do novo coronavírus começou no início deste ano, as máscaras de proteção passaram a ser um instrumento importantíssimo para evitar o contágio do vírus. Segundo profissionais e especialistas de saúde, ao lado de lavar as mãos de maneira correta e constante, o uso da máscara fora de casa é um hábito fundamental para evitar a proliferação da COVID-19.
No mês passado, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, comparou a eficácia de diferentes modelos de máscaras e reprovou dois tipos: a balaclava e a bandana.
Esta semana, um novo artigo científico, produzido por cientistas do Departamento de Engenharia Mecânica e Oceanográfica da Florida Atlantic University, também nos Estados Unidos, mostra a análise da eficácia de outros dois modelos de máscara, aquelas que possuem válvulas e as viseiras ou escudos faciais, chamados de “face shields”, em inglês.

Testes analisaram a eficiência dos dois tipos de máscaras para evitar a propagação de aerossóis
O experimento usou um manequim vestindo o equipamento de proteção e simulou uma tosse ou espirro com um impulso de pressão de uma bomba manual, aliado a lasers para iluminar o caminho das gotículas expelidas.
“As visualizações indicam que, embora os escudos faciais bloqueiem o movimento inicial do jato, as gotículas expelidas podem se mover ao redor do visor com relativa facilidade e se espalhar por uma grande área dependendo de distúrbios ambientais leves”, afirmam os pesquisadores e conforme você consegue ver na imagem que abre este texto.
Já no caso da máscara equipada com a válvula, os cientistas perceberam que um grande número de aerossóis passa pela “porta de exalação”, o que reduz significativamente sua eficácia como barreira à proliferação do vírus (veja imagem mais abaixo).
“Nossas observações sugerem que, para minimizar a disseminação da COVID-19 na comunidade, é preferível usar máscaras feitas com tecidos de alta qualidade ou máscaras cirúrgicas de design simples, em vez de protetores faciais e máscaras equipadas com válvulas de exalação”, recomendam.

Imagem mostra a trajetória das gotículas que passam
pela válvula da máscara
Os especialistas ressaltam que o processo do desenvolvimento de tratamentos e vacinas contra o coronavírus estão em estágio avançado, no entanto, estima-se que a imunização não estará disponível antes de 2021. Até lá, pessoas dos chamados grupos de riscos – com mais de 60 anos e vítimas de co-morbidades -, continuam muito vulneráveis à COVID-19, por isso mesmo, devem se prevenir da maneira mais eficaz possível.
“Diante do cenário atual, tornou-se crucial estabelecer diretrizes claras e específicas que podem ajudar a mitigar a propagação da doença, especialmente dada a alta prevalência de propagação assintomática e pré-sintomática”, afirma o artigo.
Não há contra-indicação, entretanto, quando se faz a utilização da viseira facial junto com uma máscara de proteção, embaixo dela.
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Fotos: reprodução estudo