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Empresária usa redes sociais para denunciar que foi vítima de racismo em frente à uma padaria no bairro de Ipanema, no Rio

Empresária usa redes sociais para denunciar que foi vítima de racismo em frente à uma padaria no bairro de Ipanema, no Rio

Desde 1989 atos de “discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” são considerados crimes no Brasil. Apesar disso, infelizmente, ainda hoje muitos brasileiros se defrontam com o racismo. No episódio mais recente, que ganhou as redes sociais, a empresária Sarah Fonseca, de 28 anos, denunciou que, por causa da cor de sua pele, negra, sofreu um ataque verbal por parte de um segurança em frente a uma padaria em Ipanema, bairro na zona sul do Rio de Janeiro.

Sarah, que usou seu perfil no Instagram para relatar o caso, contou muito revoltada e chorando, que foi até a padaria “O Forno do Bairro” para encontrar seu namorado e os pais dele, que são alemães e estavam no local, quando um homem começou a escurraçá-la dali, mandando ela se afastar, dando a entender que ela estava querendo pedir dinheiro ou importunando as pessoas.

“Eu fiquei em choque, me senti HUMILHADA na frente de todos! Eu não consigo descrever a raiva que eu tô sentindo. Ele achou que eu estava fazendo o que? Por que eu deveria sair? Depois que eu me exaltei e gritei com ele, ele começou a dizer que eu estava enganada, que não era nada daquilo. Normal, né? Nunca é injúria racial. Deve ser coisa da nossa cabeça. Já estou em contato com advogada e já estou fazendo o BO. Isso não vai ficar assim!”, escreveu ela.

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A empresária registrou hoje o caso de injúria racial na Delegacia de Combate a Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).

Sarah, que tem mais de 700 mil seguidores no Instagram, sempre encorajou as pessoas a lutarem contra o racismo. “Eu já fiz muitos vídeos, já fui muito paciente, mas não quero explicar mais nada, eu não aguento mais… É denunciar mesmo. É fazer o certo”.

A empresa Baked, proprietária da padaria “O Forno do Bairro”, divulgou uma nota de repúdio ao ocorrido. No texto alega que o homem que teria cometido o crime de racismo é um prestador de serviços da associação da rua e não um funcionário da loja. “Já entramos em contato com a associação de lojistas informando o ocorrido, para que sejam tomadas as medidas necessárias o quanto antes! Acima de tudo gostaríamos de prestar todo o nosso apoio a Sarah, e já entramos em contato com a mesma para que possamos a auxiliar em quaisquer medidas que sejam necessárias. Temos vídeos, testemunhas e funcionários à disposição para o que ela precisar… Lamentamos muito que um ato como esse possa ter acontecido, principalmente em nossa loja, e reiteramos que tal postura é totalmente contrária aos valores da empresa”.

Já a Associação Comercial de Ipanema afirmou que o segurança não é contratado pela entidade e que já foi alertada e denunciou à polícia casos semelhantes no bairro.

Racismo é crime e os criminosos precisam ir para a cadeia

E aqui fica nossa pergunta, até quando? Até quando mais acontecerão casos como este? São crimes, inaceitáveis. É necessário que os órgãos de justiça sejam rápidos nos processos de julgamento e na punição desses criminosos.

Não deve haver espaço para dúvida na sociedade: quem comete um crime de racismo precisa pagar por ele! A impunidade não pode ser admitida.

E juntos, como sociedade, TODOS NÓS precisamos pressionar e denunciar qualquer ato de racismo, discriminação, preconceito ou injúria. Precisamos conversar com nossos filhos e mostrar nossa indignação perante à ignorância e à intolerância: SOMOS TODOS IGUAIS, independente da cor da nossa pele, das nossas crenças religiosas, políticas, da nossa opção sexual. É exatamente esta diversidade que nos faz sermos seres tão vibrantes, maravilhosos e únicos.

Denuncie o racismo

Se você for vítima ou presenciar algum ato de racismo, aprenda aqui o que fazer para denunciar. Em algumas capitais, como Rio e São Paulo, é possível prestar queixa em lugares especializados, como a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância. Em outros estados, a denúncia pode ser feita em qualquer delegacia. 

Há também o Disque 100, serviço do governo federal para receber denúncias de violações aos direitos humanos.

Já para casos de discriminação ou injúria racial em sites da internet ou nas redes sociais, deve-se copiar o link da página, dar um print-screen na mesma (inclusive no perfil do usuários, nos comentários e nas imagens) e com este material em mãos, ir à delegacia prestar queixa.

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Foto: montagem reprodução vídeo

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