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Na Groenlândia, em locais onde havia gelo, agora há vegetação e rochas, revela estudo alarmante

Em certos locais onde havia gelo na Groenlândia, agora há vegetação e rochas, revela estudo alarmante

Já há alguns anos cientistas alertam que a Groenlândia apresenta graves sinais de que há algo muito errado acontecendo no planeta. Em 2019, foi registrada ali uma temperatura mais de 20oC acima da média, que chocou pesquisadores. Após dois anos, a maior ilha do mundo, que é um território autônomo dinamarquês, localizado no Ártico, perdeu 8,5 bilhões de toneladas de camada de gelo em apenas um dia e pouco depois choveu num pico gelado a mais de 3 mil metros.

Agora, um novo estudo divulgado na terça-feira (13/02) por uma equipe da Universidade de Leeds, no Reino Unido, revela que quase 29 mil km2 da camada de gelo e geleiras da Groenlândia derreteu nas últimas três décadas. A área é equivalente ao tamanho do estado do Alagoas e representa 1,6% da cobertura total de gelo da ilha.

Segundo a análise feita através de imagens de alta resolução de satélite, capturadas entre os anos de 1980 e 2010, os pesquisadores afirmam que onde antes havia gelo e neve, agora há rochas estéreis, pântanos e áreas de arbustos. Para eles não há dúvidas que o aquecimento global é responsável pela mudança. As temperaturas mais quentes do ar estão provocando o recuo do gelo, que por sua vez causa impacto na temperatura da superfície terrestre, nas emissões de gases com efeito de estufa e na estabilidade da paisagem.

“Temos visto sinais de que a perda de gelo está desencadeano outras reações que resultarão numa maior perda de gelo e numa maior ‘ecologização’ da Gronelândia, onde o encolhimento do gelo expõe a rocha nua que é então colonizada pela tundra e, eventualmente, por arbustos”, afirma Jonathan Carrivick, pesquisador da Faculdade de Meio Ambiente da Universidade de Leeds. “Ao mesmo tempo, a água liberada pelo derretimento do gelo move sedimentos e lodo, e isso eventualmente forma zonas úmidas e pântanos”.

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Ainda de acordo com o artigo publicado pelo grupo no jornal científico Scientific Reports, a camada permanentemente congelada abaixo da superfície da Terra está sendo degradada por esse aquecimento e, em algumas áreas da Groenlândia, onde vivem 57 mil pessoas, pode ocorrer um impacto nas infraestruturas de edificações acima dela.

Em certos locais onde havia gelo na Groenlândia, agora há vegetação e rochas, revela estudo alarmante

Vista sobre o fiorde de  Bowdoin: é possível ver rochas sem gelo por todos os lados
(Foto: Mark Smith/University of Leeds)

Aumento do nível do mar e das emissões de gases de efeito estufa

As áreas mais afetadas pelo degelo estão nas bordas dos glaciares atuais e também ao norte e sudoeste da Groenlândia.

Os cientistas explicam ainda que a neve e o gelo são bons refletores da energia do sol e ajudam a manter a Terra mais fria. À medida que o gelo recua e rochas ficam expostas, elas absorvem mais energia solar, aumentando a temperatura da superfície terrestre.

As imagens de satélite mostram que nas últimas três décadas quadruplicou as áreas de zonas úmidas na ilha. Como esses ecossistemas emitem mais metano, gás que retém cerca de 80 vezes mais calor do que o dióxido de carbono (CO2).

E por último, mas não temos preocupante, é a contribuição do degelo ártico para o aumento do nível dos oceanos. Desde a década de 70, essa região em específico tem um aquecimento duas vezes acima da média global.

“A perda de massa de gelo na Groenlândia contribui substancialmente para o aumento global do nível do mar, uma tendência que coloca desafios significativos tanto agora como no futuro”, ressalta Michael Grimes, principal autor do estudo.

Em certos locais onde havia gelo na Groenlândia, agora há vegetação e rochas, revela estudo alarmante

Derretimento na área do entorno da geleira Fan, no noroeste da Groenlândia
(Foto: Mark Smith/University of Leeds)

*Com informações e entrevistas contidas no texto divulgado pela Universidade de Leeds

Leia também:
É o degelo da Groenlândia que aumenta o nível do mar!
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Foto de abertura: Jonathan Carrivick/University of Leeds

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