Amamentar é um ato de amor que toda mãe pode dar ao filho e que ele levará como um presente para o resto da vida. Este vínculo emocional ligará para sempre mãe e bebê. O leite materno é a primeira e mais importante vacina da criança, e além disso, possui todos os nutrientes necessários para o crescimento saudável do nenê.
Infelizmente, nem todas as mães conseguem ou podem amamentar seus filhos. Nestes casos, o leite humano é importantíssimo para o desenvolvimento dos bebês, principalmente aqueles nascidos prematuros ou com baixo peso.
E o Brasil possui um programa que é exemplo internacional, considerado o maior e o mais complexo do mundo. A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH) da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), que disponibiliza leite materno a recém-nascidos de baixo peso (menos de 2,5 kg), tornou-se referência global por aliar baixo custo e alta tecnologia – atualmente são mais de 20 países que replicam o modelo brasileiro – entre eles, Rússia, Índia, China, África do Sul, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Devido ao sucesso da iniciativa, a Organização Mundial da Saúde (OMS) conferiu um dos mais importantes prêmios da área, o Dr. Lee Jong-wook de Saúde Pública, ao pesquisador brasileiro João Aprígio de Almeida, que coordena a Rede Brasileira de Banco de Leite Humano.
Doutor em Saúde Pública, Aprígio de Almeida trabalha há 34 anos na Fiocruz. “O Brasil tem um trabalho inovador e estamos empenhados em ampliar essa rede dentro e fora do país. É uma satisfação contribuir para a redução da mortalidade infantil”, afirma.
Atualmente a rede brasileira possui 225 bancos de leite humano e 212 postos de coleta, além da retirada domiciliar em alguns estados. São aproximadamente 160 mil litros de leite humano distribuídos todos os anos a recém-nascidos de baixo peso.
Entre 1990 e 2017, a taxa de mortalidade infantil no país (menores de 5 anos) diminiu de 53,7 para 13,4 óbitos por mil nascidos vivos.
Evidências científicas indicam que bebês prematuros e/ou com patologias que se alimentam de leite humano no período de privação da amamentação possuem mais chances de recuperação e de terem uma vida mais saudável. Com o leite materno, o bebê prematuro ganha peso mais rápido, se desenvolve com mais saúde e fica protegido de infecções.
Doação de leite humano
Um litro de leite materno pode alimentar até dez recém-nascidos por dia. A depender do peso do prematuro, um (1) ml já é o suficiente para nutri-lo cada vez que for alimentado.
Vale ressaltar que a produção de leite humano obedece à lei da demanda, ou seja, quanto mais leite é retirado (para doação ou sugado pelo seu bebê), mais ele é produzido.
Todo leite doado ao banco é sempre analisado, pasteurizado e submetido a um rigoroso controle de qualidade antes de ser ofertado a uma criança.
Se você acha que pode ser uma doadora, mas tem dúvidas de como fazer, acesse já a página da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano.
*Com informações e reprodução de textos da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano e do Ministério da Saúde
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Fotos: reprodução Facebook Fiocruz