Os esforços do atual governo da Colômbia para reduzir o desmatamento na Amazônia parecem estar dando excelentes resultados. Desde que assumiu o cargo há dois anos, o presidente Gustavo Petro se comprometeu com a questão ambiental e no ano passado, o país registrou a menor taxa de destruição do bioma dos últimos 23 anos.
A redução do desmatamento na Amazônia colombiana foi de 38%, passando de 71.185 hectares em 2022 para 44.274 hectares em 2023, segundo dados divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Como um todo, a devastação florestal no país apresentou uma queda de 54% entre 2021 e o ano passado, bem acima da meta de 20%.
Entre as estratégias utilizadas pela Colômbia para conter a derrubada da floresta está o programa “Conservar Paga”, que triplicou os incentivos para as comunidades que se comprometem com a proteção da Amazônia.
“Priorizamos nossos esforços na Amazônia porque é a região que, historicamente, concentrou mais de 50% do desmatamento. Registramos agora um marco histórico com essa redução”, celebrou Susana Muhamad, ministra do Meio Ambiente. “Sabemos que em 85% do território onde fizemos parceria com as famílias na Amazônia, elas estão protegendo a floresta.”
O acordo de paz que a Colômbia fez com o grupo terrorista Farc, que costumava se esconder e manter sua base na Amazônia, também ajudou na queda do desmatamento.
“Identificamos que existe uma associação direta entre a paz e o resultado do desmatamento. Condições pacíficas levam à redução do desmatamento”, destacou Susana.
A Colômbia está tentando se destacar como a líder na preservação ambiental na América Latina. Diferentemente do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que apoia o investimento na exploração de petróleo, em dezembro, durante a COP28, em Dubai, Gustavo Petro se juntou a um grupo de países que pedem um acordo pelo fim dos combustíveis fósseis.
O objetivo da iniciativa é promover e acelerar uma transição global que deixe para trás o uso de petróleo, gás e carvão como fontes energéticas.
“A América do Sul ainda está muito amarrada à velha economia, à exploração do gás, do carbono, do petróleo. Países como a Venezuela e a Guianas fazem-nos ancorar-nos no passado e, ao contrário dos africanos, não vemos o futuro, a nossa própria potencialidade”, afirmou o presidente colombiano na época. “Vamos mergulhar no caminho do futuro. Não há retorno. Não podemos voltar ao petróleo, ao carvão, não podemos voltar ao gás como matéria-prima da riqueza sul-americana”.
A Colômbia apresentou durante a conferência nos Emirados Árabes Unidos o lançamento do “Portfólio de Ação Climática e Transição Socioeconômica”, um projeto de descarbonização que inclui investimentos que ultrapassam os U$ 34 milhões.
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Foto de abertura: Diego Guzmán / Unsplash